segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Rótulo: Rock Progressivo

Recentemente (03/08/2007), aqui no Rio, um show de rock progressivo teve uma audiência pífia e muitos tentaram explicar porque tão pouca gente compareceu. Culparam a violência, a falta de comprometimento com o "movimento" e outras tantas coisas. Nada convincente. Um amigo mais ou menos em sintonia comigo, me enviou um email com a análise que ele fez do acontecido e é o que reproduzo a seguir. Mais abaixo está minha própria conclusão.
"Alex,
Resolvi "puxar" este assunto por ter uma opinião abalizada sobre o assunto.
Divulgação: independente de ter postado anúncios em Orkut, listas do Yahoo, distribuir panfletos em lojas especializadas e divulgar em sites e blogs, o fundamental é a qualidade das bandas envolvidas e o conhecimento delas pelo público alvo.
Quem conhece e gosta do único trabalho do Magnum Opus???
Pelo que pude acompanhar na lista Progbrasil pouquíssimas pessoas conheciam o CD da banda e seria muita pretensão esperar que alguém saísse de outros estados ou que morem longe para prestigiar o evento, a não ser realmente amigos ou clientes das pessoas envolvidas.
O próprio Daniel Klimec deixou uma cópia do seu novo trabalho na loja e mostrei a vários clientes que simplesmente detestaram o cd, sendo que alguns até estavam animados para ir ao show mas desistiram qdo ouviram os cds da banda.
Acho que o ideal teria sido incluir a banda num evento maior, abrindo para uma outra banda de maior envergadura e com isso divulgar o seu trabalho para um público novo....quem sabe até como banda de abertura de um RARF.
É muito otimismo achar que uma banda desconhecida e com apenas um trabalho (fraco) no mercado iria levar mais de 200 pessoas a um show-solo usando apenas os meios de divulgação citados acima.
Sobre o espaço da Vila do Rock é necessário ter os pés no chão e usá-lo apenas para eventos de médio porte e não para encontros semanais de apreciadores de progressivo....infelizmente esta turma começa tudo na maior empolgação e depois começam a broxar, sem falar que não dá para fazer este tipo de encontro todas as semanas...ninguém tem tempo e saco para falar das mesmas coisas semanalmente.
Quero deixar claro que estas opiniões não são apenas minhas e sim dos clientes que frequentam a minha loja e isso serve como termômetro destes eventos.
E por causa disso temo pelo sucesso do RARF 2007 pois o interesse diminiuiu radicalmente com a exclusão do Hawkwind do evento."
O rock progressivo FOI um movimento nos idos de 70. Ele hoje é só uma lembrança, um autêntico saudosismo daquela época. As bandas hoje podem ter influência do RP, como eu, mas fazer aquilo é outra história. Na minha opinião não deve ficar preso aos rótulos. Certa vez, Rick Wakeman (o mago dos teclados) disse que o melhor do RP na época foi libertar os músicos dos rótulos e é curioso estarmos agora presos a um rótulo que foi libertário. Isso já aconteceu antes e porque não aconteceria novamente? O RP não morreu, mas também não há motivos pra ser incensado como novidade. Há muito mais pra tocar e dizer sem ficar preso a ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário