Eu estava chegando no estúdio outro dia, quando me ocorreu uma idéia muito boa e gostaria de compartilha-la com algum executivo de gravadora que por ventura leia esse espaço.
A idéia era sobre o futuro da indústria. Um tema recorrente e polêmica certa quando me reuno com os músicos da Petit Orkestra Brancaleone depois dos ensaios. Há muita reclamação, pelo menos dos executivos que me procuram por conselhos, quanto à pirataria, quanto ao mercado de vendas on-line de músicas e sobre o que fazer com algumas estrelas estriladas. Eles não veêm futuro na idústria da música. Nem eu. Faz tempo que uma pequena idéia está germinando mas nunca tinha chegado à uma conclusão e é simples. Não há mesmo futuro na idústria da música como a conhecemos. Ao contrário de prognósticos de sociologistas colegas meus, não foi o emprego formal o primeiro a ser engolido pela era da informação (sucedânea da era industrial que vivemos até alguns anos atrás). O que primeiro desaparece nessa nova revolução, é a indústria musical.
Não há mais espaço para o modelo antigo. As grandes gravadoras não detem mais nenhum conhecimento privilegiado e nem são capazes de antecipar nenhuma tendência. Seus executivos abastados e gordos devem aconselhar o fechamento das fábricas e procurar urgentemente outro emprego - aviso logo que a feira aqui da rua está sempre carente de verdureiros.
Chega da palhaçada a que somos submetidos como ouvintes, como artistas, como público, como criadores. Ninguém mais aguenta a falta de talento, as repetições de fórmulas ou os sem número clones. É só um surfista fazer sucesso que logo aparecem centenas de outros. Imediatamente todo surfista é um tremendo compositor de canções suaves "como um lual à lua cheia".
Fechem as indústrias e abandonem esse negócio. Já tem gente ocupando o lugar que voces ainda não liberaram. Gente que faz, gente que conhece, gente que toca e gente que produz. As velhas fórmulas estão desgastadas e ficar quebrando CDs com rolo compressor em praça pública, só demonstra que o que voces realmente são, por não saberem reciclar. Os artistas não precisam de vocês. O público está aí mesmo e é só esticar o braço. Vai ser bom finalmente ouvir uma rádio em que alguém selecionou o que estamos ouvindo exclusivamente por gosto e não por "pressão".
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