quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Overload information

29/11/2006

Desde que Vermon Reid, então no grupo Living Colours, gravou uma música com esse título, esse assunto é uma constante fonte de observação pra mim. Um artigo no Globo Info Etc de 23/10/2006, traz uma previsão da IBM de que a avalanche de informação vai se tornar (quase) insuportável. Vermon escreveu a música nos idos dos 80 e não era uma previsão, era uma constatação. Hoje, quase 20 anos depois, estamos soterrados por todo tipo de informação. Por email recebemos spam de amigos nos alertando sobre os mais novos absurdos do dia-a-dia. De um micro-ondas que explodiu água quente até os rins de alguém que foram tirados após promessas de uma noite de sexo quente. Além disso, as empresas nos acham em casa e lotam nossa caixa postal com informações sobre produtos que prometem o aumento das partes íntimas masculinas e orgasmos múltiplos para as mulheres. Podemos também comprar câmeras de segurança, máquinas de retrato que nos deixarão mais lindos, o mais novo liquidificador atestado por um lutador de sumo, diplomas universitários de qualquer especialidade e uma quantidade inexplicável de produtos que jamais sonhamos querer nas nossas vidas. Não bastasse isso, a internet trouxe informação sobre tudo. Existem blogs (oops) que mostram o dia-a-dia do João, por mais parecido que seja com a vida do José. Pra que? Por curiosidade, por bisbilhotice. Claro que há muito mais. Trocentas enciclopédias on-line e milhares de sites sobre os mais burlescos assuntos. Útil? Pode até ser, mas gasto bom tempo separando o joio do trigo. Ninguém me paga por esse tempo. Uso programas que detectam o que é spam e ensino a outros o que não é do meu interesse. Isso tudo tem um custo e pode ser alto. Diante de uma sociedade abismada com seus próprios avanços, não acredito que ela consiga se auto-regulamentar. É preciso que as pessoas se conscientizem do que é necessário. Passamos por uma febre de ter. Pessoas querem ter o micro mais potente, a bolsa da marca tal ou o carro do ano e se esquecem se SER, ou mais, esquecem-se de VIR A SER. A simplicidade é linda. Ser simples é dificílimo, mas fundamental. Diante de tanta informação o que devemos fazer? Selecionar as fontes basta? Não, é preciso que as fontes - dos amigos aos portais de conteúdo - também selecionem o que vão divulgar. A internet está jovem e é freqüentada por muitos jovens, que a usam de maneira descompromissada como é característico da idade, mas o que será quando eles envelhecerem e se derem conta de que nada sabem. Felizmente, a geração que hoje está com 16/18 anos, é tão heterogênea quanto a de 50. Felizmente não podemos nos fiar pelo que diz a TV (como sempre) ou a própria internet do caminho que seguiremos. Certa vez, Alfred Hitchcook disse sabiamente que “Quem viver verá!” Mas até lá teremos que continuar vivendo e buscando conhecimento pra discernir entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, entre o que presta e o que merece o lixo. Precisamos do conhecimento pra avaliar o conhecimento e da informação pra avaliar a informação, mas acima de tudo, a humildade pra sabermos que não podemos saber de tudo.

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