quarta-feira, 1 de agosto de 2007

iNFormação

Publicado originalmente em 02/05/2006

Nelson Vasconcelos, na sua coluna de 2 de maio de 2006, fala do epaper (tratado no meu primeiro livro, disponível pra download). Ali ele conta como o epaper será capaz de armazenar 30 jornais, 4 livros e tantas outras coisas. Pra que? Será que as pessoas irão melhorar de vida com toda essa quantidade de informações? Não é à toa o sucesso das ferramentas de busca.

Digo o seguinte: a informação (nessa era da informação) está sendo tratada da maneira errada. As pessoas começam a "passar adiante" sem lerem. Os emails desnecessários são como conversa em festa: melhor sem eles. O barulho que fazem é maior do que sua importancia real.

Acima de tudo é preciso ler. Não adianta TER. Livros na minha estante não me transformam em um doutor, por mais complicados e profundos eles sejam. A sociedade da informação está sendo disvirtuada para a do consumismo desenfreado. Pra todo lugar que se olha se vê um apelo para que se tenha isso ou aquilo. Pra que se compre, pra que se justifique a existencia das fabricas, dos executivos e dos operários (que coisa mais antiga - essa não é a era da informação?). A preocupação da maioria dos kovens é em possuir uma marca, um novo modelo. Como eles levarão isso pra sua vida adulta? Vão querer possuir a esposa, os filhos?

Não é preciso TER pra VIR A SER (um conceito epistemológico interessante, mas profundo demais pra cá). Existe mais informação do que eu sou capaz de consumir, portanto, não devo consumir toda informação disponível. NÃO PRECISO! Vivo muito bem sem saber o nome das focas do zoológico Neozelandes. Vivo muito bem sem saber que o que o vizinho do amigo do primo do amigo do tio da amiga da minha prima está fazendo.

Caminhos de forma acelerada pra OVERLOAD INFORMATION (por sinal uma bela música do Living Colour) e quando chegarmos lá será que vamos voltar?

Isso tudo me lembra nas Grandes Guerras, quando era importante TER mais tanques, mas aviões, mais bombas. Depois passamos um perído (os 60) onde o interior era o que ontava, seguindo de um marasmo cultural e pessoal (os 80). Se estamos de volta aos idos de 40/50, não quero estar por aqui quando o consumismo (que está aqui agora) voltar (na irritante mania que a vida tem em ser cíclica) porque se não mudarmos alguma coisa agora, ele será mais insuportável do que é hoje.

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