MP3 PLAYERS PORTÁTEIS DECRETAM O FIM DOS CDS. Os CDs devem ficar encostados. Isso porque, na opinião de especialistas da área, as músicas em arquivos digitais vieram para dominar o setor. O mercado de MP3 portátil é a coqueluche do momento e todos os produtos estão sendo adaptados para essa nova conectividade. Explica o gerente de Produtos da Panasonic, Edmilson Santos. Outra vantagem dos MP3s portáteis é a mobilidade. “Dá pra ouvir na academia e depois levar para o carro. Aposto que o MP3 será a febre do Natal, assim como já foram o DVD e o celular” diz o gerente de Produtos da Sony, Edgar Kato. Ele explica que a empresa está de olho na tendência e sua nova linha, inclusive os produtos mais básicos da marca. Também antenada com as novas tecnologias, toda linha da JVC já é compatível com aparelhos de MP3. "Temos CD players que, inclusive, permitem ao motorista controlar as faixas de músicas pelo som e não pelo MP3", afirma Alex Simões, gerente de Produtos da empresa. Ele acredita que com a velocidade da evolução tecnológica, no futuro nem os fios existirão. "A tendência será de aparelhos wireless e Bluetooth." As informações são da edição de domingo de O Estado de S.Paulo/Autos”.
Não há como não concordar e discordar ao mesmo tempo.
O cara que sugeriu o tempo dos CDs, o maestro Karajan (ou foi Bernstein?), foi o mesmo que disse que o futuro da música estava em um chip. Desde essa época, que fico pensando nisso. Aí, a Apple apareceu com o iPOD e todo mundo começou a correr atrás. Não importa o que é, importa que a coisa esteja mudando e nós estamos esperando as alternativas. Antigamente, a indústria fonográfica era rápida. Viajavam pra cá e pra lá em intermináveis reuniões e decidiam alguma coisa. Mas as viagens acabaram os executivos foram demitidos e sobrou pouca gente pra decidir alguma coisa. Sendo assim, a indústria fonográfica se arrasta com a velocidade de um dinossauro ferido em uma nevasca. Isso que estão dizendo do "Natal dos MP3" deve ser parecido com o "Natal das câmeras digitais". Tenho um amigo dono de uma loja de informática que está esperando por isso até hoje. Faz parte de uma estratégia de marketing muito semelhante ao "Disco de Ouro". Vocês sabem como ele é/era calculado? Se souberem é ridículo lembrar daquelas premiações no programa do Chacrinha (depois conto sobre esse negócio). Em suma, esses simulacros, são apenas isso mesmo. Quero saber é se um amante de ópera tem MP3 e se pensa em transformar toda a sua coleção em MP3. No rock, seja qual for, tem muita gente nova e dura, sem dinheiro e isso leva a qualquer outra forma de aquisição de material sonoro. Meu filho tem um MP3 Player e copia o que gosta dos meus discos pra ele ou baixa as músicas na rede. Minha esposa tem um que só tem coisa dos nossos discos e eu tenho um que grava (WAV e MP3) por um microfone ou entrada em linha. Diferente dos iPODs da vida, trabalha com cartão de memória e com algum custo comprei um de 4Gb. Uau, não tem um disco, é um chip! Exato. Isso me leva de volta ao começo. Vamos acabar ouvindo chips musicais. Mas isso é um problema? Em outra lista, fui chamado de ortodoxo porque praguejei contra o uso das "caixinhas de computador" pra ouvir música. Desculpem-me, mas são umas belas porcarias. Não tem graves e os agudos parecem chiados. Conecte seu computador ao microsystem mais vagabundo que você encontrar e terá um som melhor do que qualquer caixinha com sub-woofer do mercado. Estou falando, porque aqui em casa tenho todas as situações. Um dos micros do estúdio, não tem nenhuma dessas caixinhas. Cai direto na mesa e daí pra um amplificador de verdade. O outro, que funciona como ilha de edição (vídeos) tem as tais caixinhas mas tem também uma linha pra mesma mesa do micro de áudio. Minha esposa tem caixinhas convencionais e meu filho tem no micro dele caixas com um sub-woofer. Não dá pra comparar. As caixinhas servem no máximo pra ouvir que um arquivo tem áudio. O sub-woofer serve pra dar a impressão que tem graves. O resto é ilusão. Outra coisa que me assusta é que a nova geração não se preocupa em "perder dados". Tenho psicose com backups. Tenho HDs pra isso e procuro manter backup do backup em DVDs. Meu filho não se importa que o micro da casa da mãe dele esteja com o HD bichado por dois meses e com os dados perdidos. Eu fico louco. Essa geração precisa viver alguns dias de trevas. Black-out total por algumas horas, sem TV, internet, computador e aí eu quero ver quanto tempo vão resistir antes de começarem a brigar entre si. Isso por sinal é o tema do mais lindo conto de Azimov: A Noite. Os avanços tecnológicos não resistem a um black-out. Mas voltando aos MP3: nada contra. Nada contra a música em um chip, mas nada também substitui o mistério de abrir o LP lacrado em plástico negro "Wish You Where Here". Quem fez isso sabe do que estou falando. Quem não fez... Fizesse! (continua)
Nenhum comentário:
Postar um comentário