Lancei semana passada a pergunta: “Por que os mestres chamam a Iluminação ou o despertar de um ´estado de consciência plena´?”
Quando alguém vive (todos vivem assim, quase todos) a partir da IDENTIFICAÇÃO com o “fluxo incessante de pensamentos” (que é o que significa “mente”), estará limitado ao que a natureza da mente impõe: a mente julga, compara, viaja do passado para o futuro e nunca aterrisa no agora, duvida, alimenta sentimentos de superioridade…. A mente é um instrumento de medição e é recomendável que você não espere que ela faça outra coisa.
Que linda ferramenta para nossas habilidades, digamos, científicas: testar, comparar, projetar, dissecar, separar o que é X do que é Y! Que bom quando podemos fazer bom uso destas qualidades, sendo “senhores da mente” e não servos dela!
Você se torna um servo da mente quando se identifica com o fluxo permanente de julgamentos e comparações e crê em “eu sou o que penso”. Você cai numa “realidade relativa” que não é nada benéfica ao seu bem-estar, à busca da paz e da tranquilidade. Por que?
Porque tal identificação leva a um sentimento de SEPARAÇÃO para com os outros, para com a natureza, para com o cosmo, para com Deus…Você cria fronteiras, barreiras, bloqueios! Identificado com o que você considera “minhas idéias, meus conceitos, meu ponto de vista”, você inevitavelmente entra num espaço de luta pela sobrevivência destas idéias porque elas se tornam “minha identidade”. O “outro” passa a ser uma ameaça a sua identidade e você então entra num estado de conflito (observe seus diálogos internos conflitantes), não conseguindo se alinhar com um estado de unidade.
Dou a este campo de identificação o nome “realidade relativa”, porque construída desde sua percepção particular, influenciada por sua história pessoal de vida, sua cultura, seus condicionamentos, seus quereres, suas dores, seus medoos, suas certezas…
A “consciência plena”, por sua vez, refere-se a uma consciência ilimitada, sem as fronteiras dos condicionamentos pessoais. Este campo é o da percepção da realidade como ela é, sem interferências da mente, sem os conflitos da permanente dualidade (aceito e não aceito, quero e não quero, gosto e não gosto, raiva e amor…). Para acessar este campo, há de cair o véu das criações mentais, geradas no fluxo de medições da mente. Só assim você viverá uma “consciência incondicional” (não sujeita às condições estabelecidas pela mente).
A prática da meditação e a Graça Divina haverão de tirar o véu de ilusões que encobre as consciências e nos levar, todos nós, ao reino do estado búdico de pura consciência para que haja paz e amor para todos!
Hari Om Tat Sat
* Observo que quase todos preferem me enviar comentários e reflexões por e-mail, ao invés de postarem aqui no blog. Uma pena, porque tenho recebido reflexões de gente que está em linda caminhada… Mas assim é, e para mim é uma alegria receber seus comentários e carinho. Sou grato a todos e a todas!
http://bemzen.uol.com.br/blog/2011/10/26/sem-limites-sem-fronteiras/