quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Considerações...

A revolução industrial acabou.
Iniciamos uma nova era que é chamada por vários sociólogos como Era da Informação.
Diante disso, os antigos conceitos estão indo mesmo por terra.
Antes quem trabalhava muito era o operário. Hoje o operário tem seu horário certo, enquanto o burocrata, o homem da informação tem um horário pra lá de incerto, já que ele pode estar trabalhando em qualquer lugar e pode ser localizado por celular, email, etc.
O que virá é o que está vindo.
A revolução da computação não é nada. Muito além já havia sido previsto e estava acontecendo em laboratórios e universidades pelo mundo antes mesmo de chegarem aos meros mortais. Como essas informações tramitavam no mundo acadêmico, eram acessíveis àqueles que estavam com meio olho aberto.
O fato de todo computador precisar de um sistema operacional e de que cada pessoa que compra um computador precisa comprar o SO é tão ultrapassada quanto os computadores de grande porte. Isso era feito exatamente com eles e pra eles. Não vale para o computador pessoal, como começou a ser chamado nos anos 70.
O computador como existe hoje é um dos eletrodomésticos mais indomáveis da casa. Tal e qual as antigas televisões que precisavam de sintonia (acho que pouca gente lembra disso). Quando o SO era o DOS a situação então era muito pior.
Quando a TV surgiu, era uma cópia do rádio. Um rádio com imagens. Os problemas gerados, ainda não foram integralmente resolvidos. Alguns programas famosos de TV podem passar no radio sem adaptações. Na verdade o programa do Jô passa no rádio e não faz muita diferença.
A TV colocou imagem no rádio, mas teve que absorver o cinema pra começar a dar certo. Mesmo assim as enormes diferenças de programas de cada emissora é notória.
Programas?
Tal e qual os computadores, as televisões precisam de programas. Hoje Google e Microsoft começam a desenvolver programas como os da TV de sinal aberto. Você conecta e usa o que está lá. Igualzinho a ligar a TV e assistir o que está passando.
Aí, alguém inventou a TV à cabo, que originalmente partia do pressuposto da segmentação e variedade. Quando exportaram perdeu-se grande parte disso, principalmente em segmentação. Muitos canais à cabo parecem TV aberta. É o similar dos programas convencionais, shareware ou não.
O problema de não se criar nada absolutamente novo, ou pelo menos desse hábito, está no cerne de todos os problemas. O teclado em que escrevo isso é parecidíssimo com o da máquina de escrever que meu avô usava no jornal, o monitor onde leio é a cara da TV que minha avó acompanhava as novelas.
Pensem no que o avô de vocês reconheceria se voltasse aqui hoje (obrigado Prof.Longo). Salas de aula? Exatamente iguais... Você pode explicar pra ele que os computadores encolheram tanto que podem ficar embaixo da mesa (ou até em cima). Um CD não assusta tanto, mas mostre um pen-drive, uma máquina digital! Meu avô é um excelente parâmetro porque era professor de eletrônica, portanto alguém dado a alguns experimentos, como trancar um radio transistorizado em um laboratório pra provar aos alunos que funcionava.
Pra ele, ouvir música de graça era no rádio. Meu filho, portanto bisneto dele, quando faz seus downloads, está fazendo o mesmo o que bisavô fazia. Procurar por uma estação na rádio é como dar um "search" em um site ou torrent.
O problema está no outro lado. O lado de quem produz. Se com o rádio os teatros esvaziaram, por outro lado chegou-se mais longe, mais gente ouvia aquela música. Mais longe ainda eu consigo chegar com minha música (o mais distante que consegui foi a Sibéria e já achei muito bom). Segundo Elis Regina, tive a mesma remuneração que ela com a venda de discos, ou seja, quase nada. O que mudou?
Mudou que os executivos estão trabalhando mais e ganhando menos. Está mais difícil ter lucro.
Quanto aos softwares e à pirataria, é preciso repensar todo o sistema. Pequenas softhouses conseguem sobreviver com poucos e bons aplicativos. As grandes, assim como as antigas Gravadoras, reclamam muito e quanto mais reclamam, mais conseguem promoção pra seus produtos. É legal pagar por um programa legal, mas a gente se acha um babaca quando temos que pedir ajuda a um amigo já que o tão propalado suporte - suposta vantagem vendida pelos Gates da vida - não acompanha a velocidade dos processadores que equipam nossas máquinas... (continua acima)

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