quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Cético e o Lúcido

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:

- Você acredita na vida após o nascimento?


- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós

precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.


- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?


- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos

próprios pés e comeremos com a boca.


- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão

umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída - o cordão umbilical é muito curto.


- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.


- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.


- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.

- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?


- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.


- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.


- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso a vida real nos espera e agora estamos apenas nos preparando para ela...

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