segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Comece a ver a escuridão também como divina

Durante séculos Deus tem sido interpretado como luz, por causa de nosso medo da escuridão. Não que Deus seja apenas luz: ele é tanto luz quanto escuridão.

Deus tem de ser as duas coisas; do contrário, a escuridão não existiria. Deus tem de ser o mais baixo e o mais alto, matéria e mente. Deus tem de ser o todo, e o todo contém os polos opostos. Deus não pode ser apenas luz.

É por causa de nosso medo do escuro que nunca pensamos em Deus como escuridão. E nos aproximar de Deus por meio do medo não é certo. Deus deve ser abordado sem medo, em amor profundo.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Você é o professor e o Ensinamento

Perguntaram a Sri Bhagavan:
Você diz-nos que a integridade interna é fundamental para o despertar espiritual. Mas quando a praticamos, vemos que somos a mesma pessoa egoísta de semrpe. Então como é que esta prática ajuda-nos a contribuir para o nosso despertar? Apesar do processo e dos ensinamentos encontramos feiúra mais e mais. A realidade nos mostra que o que amamos hoje é o que trairemos amanhã. Então como é que vamos parar com essa feiúra a afetar nossa condição de avançar? Como é que vamos fazer o nosso coração florescer, em vez de definhar?

Você vê que é exatamente o problema. Você já condena essa feiúra. E você está dizendo que tem que mudar. Como você vai a partir daqui? São todas as perguntas erradas. Tudo o que estamos dizendo é: não é nem feio nem é bonito. Isto é o problema. A mente é divisionista por natureza porque a mente não é nada senão um fluxo de um pensamento. E o que se pensa? O pensamento é medição. O que você faz com a medida? Você divide.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O Cético e o Lúcido

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês. O primeiro pergunta ao outro:

- Você acredita na vida após o nascimento?


- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós

precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.


- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?


- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos

próprios pés e comeremos com a boca.


- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão

umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída - o cordão umbilical é muito curto.


- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.


- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.


- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.

- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?


- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.


- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.


- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso a vida real nos espera e agora estamos apenas nos preparando para ela...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Apenas uma escola

Posted: 05 Dec 2011 04:03 PM PST
Todos nós somos estranhos nesta terra. Nossa verdadeira casa fica na outra praia.

Estamos aqui somente para nos preparar para crescer, experimentar, amadurecer, para sermos aceitos na outra praia. Vimos a esta vida assim como as crianças são mandadas à escola. É um local de aprendizado, não é nossa casa.

Aprenda quanto você puder, experimente o máximo possível. Deixe sua vida ser multidimensional, mas lembre-se de uma coisa: esta não é nossa casa. Portanto, não se apegue, não se torne possessivo, não comece a se prender; do contrário, quem irá para a outra praia?

Quando chega a noite, a criança volta para casa. O dia todo ela fica na escola, à noite volta. A escola é uma necessidade, sem ela a criança não pode crescer. Com todos os prazeres e dores, com toda a estupidez e toda a sabedoria, com todas as alegrias e amarguras, aos poucos aprendemos a nos equilibrar, a nos centrar.

Quando passamos por muitas agonias e êxtases, algo dentro de nós amadurece, se integra. E, quando estivermos prontos, o barco chegará da outra praia para nos levar para casa - mas somente quando estivermos prontos.

Do contrário, seremos enviados de volta, mais e mais vezes, até aprendermos a lição.

Osho, em "Meditações Para a Noite"
Imagem por okiave

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Zona de Conforto

Um Mestre da sabedoria passeava por uma floresta com seu fiel discípulo, quando avistou, ao longe, um sítio de aparência pobre, e resolveu fazer uma breve visita.

Durante o percurso ele falou ao aprendiz sobre a importância das visitas, e as oportunidades de aprendizado que temos também, com as pessoas que mal conhecemos.

Chegando ao sítio, constatou a pobreza do lugar: sem calçamento, casa de madeira tosca, os moradores, um casal e três filhos, vestidos com roupas rasgadas e sujas. Então se aproximou do pai de família e perguntou:

- Neste lugar não há sinais de pontos de comércio e de trabalho. Como o senhor e a sua família sobrevivem aqui?

O pai, calmamente, respondeu:

- Meu amigo, nós temos uma vaquinha que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse produto nós vendemos ou trocamos na cidade vizinha, por mantimentos, e a outra parte nós produzimos queijo e coalhada, para nosso consumo, e assim vamos sobrevivendo.

O sábio agradeceu a informação, contemplou o lugar por uns momentos, depois se despediu e foi embora. No meio do caminho, conversou com seu fiel discípulo e ordenou:

- Aprendiz, pegue a vaquinha, leve-a ao precipício, ali na frente, e a empurre, jogue-a lá embaixo.

O jovem arregalou os olhos, espantado, e questionou o mestre sobre o fato da vaquinha ser o único meio de sobrevivência daquela família, mas diante do absoluto silêncio do seu mestre, foi cumprir a ordem. Empurrou a vaquinha morro abaixo, e a viu morrer. Aquela cena ficou marcada na memória daquele jovem durante alguns anos, e um dia ele resolveu voltar àquele lugar, e contar tudo àquela família. Pediria perdão e os ajudaria, de alguma forma.

Quando se aproximava do local avistou um sítio muito bonito, com árvores floridas, todo murado, com carro na garagem e algumas crianças brincando no jardim. Ficou triste e desesperado imaginando que aquela humilde família tivera que vender o sítio para sobreviver. Apertou o passo, e ao chegar, foi recebido por um caseiro muito simpático. Ele perguntou sobre a família que ali morava há uns oito anos, e o caseiro respondeu:

- Continuam morando aqui.

Espantado, ele entrou na casa. E viu que era mesmo a família que visitara antes, com o mestre. Elogiou o local e perguntou ao dono da vaquinha:

- Como o senhor melhorou este sítio e está muito bem de vida?

O pai, entusiasmado, respondeu:

- Nós tínhamos uma vaquinha que caiu no precipício e morreu. Daí em diante tivemos que fazer outras coisas, e desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos, assim alcançamos o sucesso que seus olhos vislumbram agora.

Para refletir:

Todos nós temos uma vaquinha que nos dá alguma coisa básica para sobrevivência e uma convivência com a rotina. Descubra qual é a sua.
Tome coragem e empurre sua "Vaquinha" morro abaixo!
Vá atrás de novas Habilidades!

Essa estória me foi enviada pelo amigo Carlos Humberto por email e compartilho aqui com vocês.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

"O amor fere" e outros mal-entendidos (parte final)

Posted: 22 Dec 2011 06:27 PM PST
Lembre-se, o medo e o amor nunca existem juntos; não podem. Não é possível a coexistência. O medo é justamente o oposto do amor.

As pessoas costumam achar que o ódio é o oposto do amor. Isso é um equívoco, um total equívoco. O medo é o oposto do amor. O ódio é o amor ao contrário. É o contrário, mas não é o oposto.

A pessoa que odeia simplesmente mostra que, de algum modo, ela ainda ama. O amor se tornou amargo, mas ainda existe. O medo é o verdadeiro oposto, pois ele significa que toda a energia do amor desapareceu.

O amor é se aproximar do outro sem medo, com uma enorme confiança de que será recebido - e ele sempre é. O medo se encolhe dentro de você, fecha o seu ser, fecha todas as portas, todas as janelas para que o sol, o vento, a chuva não possam atingi-lo, tamanho o seu pavor. Você está se enterrando vivo.

O medo é uma sepultura, o amor é um templo. No amor, a vida chega ao seu apogeu. No medo, a vida resvala para o nível da morte. O medo fede, o amor é perfumado. Por que você deveria ter receio?

Tenha receio do seu ego, tenha receio da sua luxúria, tenha receio da sua ganância, tenha receio da sua possessividade, tenha receio do seu ciúme - mas não há por que ter receio do amor. O amor é divino! É como a luz. Quando existe luz, não existe escuridão. Quando existe amor, não existe medo.

O amor pode fazer da sua vida uma grande celebração, mas só o amor pode fazer isso - não a luxúria, não o ego, não a possessividade, não o ciúme, não a dependência.

Osho, em "A Essência do Amor: Como Amar com Consciência e se Relacionar Sem Medo"
por Nina Matthews Photography
Confira as partes 1, 2, 3 e 4

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Amigos até o fim...

Seja lá o que isso queira dizer.
Eu conheci o Michael através de um outro amigo. Ruy era filho do dono de uma loja de brinquedos no meu bairro. De tanto frequentar a loja e babar pelos brinquedos da vitrine, anos a fio, logo estávamos conversando sobre outros assuntos, afinal a loja de brinquedos não era como as de hoje e também era papelaria. Descobrimos que gostávamos do mesmo som e dali pra ouvirmos música juntos foi rápido. Tão rápido quanto ser apresentado ao Michael, que além de tudo tocava bateria. Ficávamos os três juntos imersos conversando e papeando no quarto do Ruy, que morava em frente do Michael, a uma quadra da casa dos meus pais. Era prático nos encontrarmos ali.
Por vezes eu e Michael nos uníamos contra Ruy, ou eles contra mim e todas as combinações possíveis.
Nós ficamos juntos alguns anos até a faculdade. Nela, eu e Michael mesmo em cursos diferentes, chegamos a tocar em alguns festivais. No final dos anos 70 já não nos víamos tanto e de repente paramos de nos ver.
Vira e mexe um sabia do outro e fomos em frente.
Anos se passaram até que minha mãe me avisou que acharra um bilhete embaixo da porta. Era Michael que ressurgia das cinzas do seu "exílio". Mudara-se para os EUA e de passagem tentara nos encontrar. Ligamos, falamos, internet a mil e voltamos a nos ver. Perguntávamos pelo Ruy e começamos a pesquisar por onde ele andaria sem muito sucesso.
Até que algumas semanas atrás, a irmão do Ruy respondeu uma mensagem minha no Facebook e bingo, finalmente o email do cara. Mas aí meu problema era outro. Michael sumira outra vez. Não respondia os emails, não aparecia no Facebook. Só não liguei pra mãe dele. Ficava pensando se precisaria chegar a tanto, mas agora tendo achado o Ruy, parecia um bom motivo. Mas havia a esposa dele e ela respondeu uma mensagem que deixei no Facebook e conversamos depois no Skype. As notícias não eram boas. Micahel havia partido há um ano. Cruzara o rio e nem ao menos dissemos a última bobagem. Não nos unimos contra o Ruy e tudo agora parece uma piada sem graça.
Quando outro amigo, de nome parecido mas outra grafia partiu, seu filho virou pra mim e perguntou quem ia dizer o que era certo ou errado pra ele. Como eu podia dizer algo? Não tinha nenhuma boa idéia e falei pra ele se lembrar do pai.
Agora eu ando me perguntando coisas parecidas. Não sobre o certo ou errado, mas sobre as massas que não comemos, os sons que não ouvimos, os abraços que não demos.
Parece sem sentido a frase "Amigos até o fim!" que ouvi em algum filme americano.
Fica um vazio. É horrível pra quem fica. Eu estou me sentindo mal, mas e a filha, a esposa, a mãe? Caramba, o vazio deve ser muito maior.
Parece que só tem um jeito de preenche-lo e é com o próprio ausente. Lembrar dele, te-lo por perto acaba sendo um paliativo para a ausência. Lembrar o que ele diria, a bronca que ele daria, a risada. Sei que parece cruel, mas hoje é a única resposta.
Saudade do que não fizemos, do que faríamos e do que não concluímos.
A única coisa que concluída foi o tempo de permanência aqui.
Pra quem acredita que há mais depois é um consolo. Pra quem não, só posso lamentar.
Fica a saudade.
Onde quer que você esteja grandão, um dia ainda vamos nos encontrar.
Fique em paz
Seja a paz

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

"O amor fere" e outros mal-entendidos (parte 4)

O amor é um fenômeno espiritual; a luxúria é física. O ego é psicológico; o amor é espiritual. Você terá de aprender o próprio bê-a-bá do amor. Terá que começar do comecinho, da estaca zero; do contrário, só se machucará. E lembre-se, só você pode se ajudar; ninguém é responsável.

Como alguém pode ajudar você? Ninguém pode destruir o seu ego. Se você se agarra a ele, ninguém pode destruí-lo; se você investe nele, ninguém pode destruí-lo. Eu só posso dividir com você o que sei. Os iluminados só podem mostrar o caminho; depois você tem que ir, tem que segui-lo. Ninguém pode levá-lo, segurar na sua mão.