quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Antoine na prisão (2)

Essa história do Antoine Marie Roger, Conde de Exupéry ou Antoine de Saint Exupéry do post anterior (logo aqui embaixo) está em vários blogs aqui da rede com as tradicionais distorções. Geralmente consideram Exupéry um romântico autor de histórias infantis, quando ele foi um observador. Tanto de profissão, durante as guerras quanto de vida. Observava e questionava a vida como ela era. Capaz de arrancar lindas imagens de uma simples fila de caminhões nas estradas à noite, seus questionamentos marcaram uma geração muito velha para viver o momento Paz e Amor que se sucederia.

Mas o motivo disso tudo é que esse texto, publicado em um jornal (fico devendo o nome) francês com o título de O Sorriso, foi alvo de uma matéria da monja Susan Andrwes na revista Época meses atrás. Ali, ela dizia o seguinte:


St. Exupéry disse: "Minha vida foi salva por um sorriso do coração". (nota: "do coração" é por conta dela)

O que foi aquela "chama" que pulou entre o coração desses dois homens? Isso tem sido tema de intensa pesquisa atualmente, na medida em que os cientistas estão se dando conta de que o coração não é meramente uma bomba mecânica, mas um sofisticado sistema para receber e processar informações. De fato, o coração envia mais mensagens ao cérebro que o cérebro envia ao coração! Como disse o filósofo francês Blaise Pascal: "O coração tem razões que a própria razão desconhece".

Estados emocionais negativos, como raiva ou frustração, geram ondas eletromagnéticas totalmente caóticas do coração, como se estivéssemos pisando no acelerador e no breque simultaneamente. Esse estado de batimentos desordenados é chamado de "incoerência cardíaca" e está ligado a doença cardíaca, envelhecimento precoce, câncer e morte prematura.

Em estados de amor ou gratidão, nosso batimento cardíaco torna-se "coerente". Isso diminui a secreção dos hormônios do estresse, reduz a depressão, hipertensão e insônia, melhora o sistema imune e aumenta a clareza mental. Essa é uma das razões pelas quais tem sido provado que as emoções positivas estão associadas à boa saúde física e mental - e à longevidade. Essa irradiação coerente do coração - essa "chama" de genuína afeição - pode afetar pessoas a uma distância de até 5 metros!

Logo, na próxima vez em que você estiver numa situação difícil, respire profundamente, lembre-se de St. Exupéry e do Pequeno Príncipe e irradie a energia de seu coração.

Como o Pequeno Príncipe nos lembrou, "somente com o coração podemos ver com clareza".

SUSAN ANDREWS
psicóloga e monja iogue. Autora do livro Stress a Seu Favor.

Tudo está muito bem, mas não consigo ficar calado com esse negócio de achar que o músculo do coração é nossa alma. Aproveitam pra falar das pesquisas científicas, etc, porque muita gente precisa disso pra acreditar que tem uma alma. Se o coração músculo fosse o coração da alma, eles estariam no mesmo lugar. Mas não estão.

Quando alguém sente o famoso "aperto no coração", ele não acontece no lado esquerdo do peito, mas lá pelo centro. Cientistas já tentaram achar o centro do coração  mas é como achar o ar dentro de um balão. Só se percebe com ele cheio. Só se percebe o coração com o portador vivo, com alma.

Os científicos precisam falar de ondas elétricas, eletromagnéticas, cinéticas e outras palavras que são apenas isso. Palavras. Querem explicar e descobrir coisas que não precisam de explicação. Qual a utilidade de se saber aonde está a alma? Sentimos, existimos e nossa existência, a vida, é um milagre por si só.Qual a utilidade de descobrir o centro do coração? Com tudo o que nos cerca, a existência é fabulosa.
Não é o coração músculo que envia dados ao cérebro. É nossa alma que fala ao pé do ouvido (de novo não é a orelha). Nos cabe escutar. Nos cabe silenciar essa mente científica e cheia de perguntas bobas, necessidade de explicações, classificações, mistificações.

Quem leu O Pequeno Príncipe já na idade adulta percebeu que as perguntas do principezinho, deve lembrar que as perguntas dele (que não esquecia uma pergunta feita) eram muito mais perguntas do coração do que da mente. A vida é simples, nós é que a complicamos. Meu pai dizia: "Deus escreve certo, nós é que entortamos as linhas!" 
Não desmereçam a alma, não desmereçam o coração da alma. O coração "cardíaco" é mesmo só um músculo, uma bomba. Tanto quanto nosso cérebro somos nós. Somos? Nos reduzimos a uma massa de neurônios? De jeito nenhum.

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