Essa questão dos preços, das idéias e da comparação do período industrial com o pós industrial ou Era da Informação (leia a parte 1 antes de se aventurar nessa aqui), foi fruto de uma conversa em uma as listas que participo.
Eu sou categórico ao afirmar que o futuro já está aqui. Não estou usando roupa justa de malha nem as portas da minha casa se abrem como em Jornada Nas Estrelas, mas o meu celular tem quase tantas funçoões quanto o intercomunicador do Sr.Spock.
Na minha bancada, bem aqui na minha frente eu tenho: um rádio de pilha, um gravador digital, um cachimbo, telefones sem fio, celulares, um relógio de pilha, um copo com canetas, monitores de LCD... igual você. Garanto que na sua frente, convivem facilmente o passado e o presente. O futuro está vindo a cada instante, tão devagar que não nos damos conta e tão rápido para que só percebamos ao acordar.
O mundo não está tão diferente quanto eu imaginei que estaria quando saí do cinema com meu avô depois de assistir "2001 Uma Odisséia no Espaço". Tudo bem que a empresa aérea do filme faliu, mas nada, absolutamente nada do que está ali aconteceu.
Por outro lado, muita coisa mudou. Podemos ter acesso a informações de uma maneira mais rápida do que nunca, apesar de que a nova geração não se importa muito em guardar as informações que são geradas agora.
Com certeza existem muitas facilidades. Coisas que eu odiava, como fila de banco, hoje são literalmente coisa do passado. Mesmo assim, o caixa que está sentado atrás do banco que eu não vou, apesar do computador na frente dele, se sente igualzinho ao cara que atendia meu avô no banco 30 anos atrás.
Fica difícil criarmos um paralelo. Podemos ver que certas facilidades melhoraram a vida das pessoas e trouxeram maior agilidade para pesquisas importantes na área da saúde, mas com isso tudo ainda é difícil prender um político corrupto, um empresário sonegador de impostos ou um batedor de carteira. Tudo como há 40 anos atrás. Só o que posso dizer é que o batedor de carteira perdeu seu charme. Se antes ele era um cara ousado, ágil e até possuidor de uma certa ética, tornou-se com o passar dos anos em um esfomeado e drogado que precisa fazer o que faz pra pagar o vício.
Me lembro de um velho amigo comentando comigo que anos atrás havia a figura do "vagabundo", aquele que não trabalhava porque era preguiçoso, porque era "da malandragem", ficava nas ruas para os pequenos golpes. Hoje está tudo igual, só mudou como o chamamos. Ele agora é "desempregado" e se alguém arrumar um emprego pra ele devem aparecer duas dúzias de ONGs pra defender o direito dele de ficar "desempregado".
Diante dessas loucuras, a Casas Bahia, o Ponto Frio, o Magazine Luiza, as Lojas Americanas e tantas outras, vendem computadores. Ooops, esqueci que os supermercados também estão vendendo eles. Bem, cá estamos naquele imenso supermercado, com um vendedor que sabe tudo sobre radinho de pilha, que não pode pagar pelo que está vendendo e que não tem a menor idéia sobre o que seja "otimização de recursos". Esse cara vai vender aquilo que o gerente dele mandou. Ele não é louco de discutir. Assim que alguém se aproxima do notebook lindamente exposto longe da seção de carnes, pra que o cliente se sinta privilegiado de estar ali, quando muitos se sentem bem exatamente por poderem estar na fila da carne, mas isso é outra história. O cara vê o notebook e recebe as informações que estão escritas na etiqueta, mas que o vendedor já decorou, o que faz parecer que há um especialista atendendo-o. O consumidor escolhe o computador como escolhe o carro. Tem que ser o mais novo, o com mais poder, com mais memória, mais cores, a maior tela e o preço que ele possa pagar. Não importa se ele vai usar todo esse poder de fogo ou não. Pra ele interessa que vai dizer pros amigos que tem o mais moderno. Fantástico. Bom pra ele que precisa medir o tamanho do pau pra se sentir melhor.
Esse mesmo vendedor poderá estar na semana seguinte, vendendo máquina de lavar se a oferta da outra loja for melhor. Usará sua mesma tática com as donas de casa. Coitadas...
Mas o cara tá lá com seu notebook... tá lá com seu notebook... e não pode fazer nada, porque ele precisa de programas. No dia seguinte no escritório ele pega o disco original do pacote de aplicativos que usam por lá e instala no seu note. Quando ele desce pra almoçar, um cara na rua oferece um CD com o último jogo e na esquina seguinte outro cara oferece a versão mais recente dos aplicativos que ele acabou de pegar no escritório. "Uau! - ele pensa - terei uma ótima noite!"
Claro, vai poder se divertir enchendo o note de bagulhos desncessários, mas mais importante: ilegais.
Porque será que ele não comprou o pacote de aplicativos e o jogo? Porque é caro? Com certeza. Se você comparar o preço do hardware com o preço do programa, vai ver discrepâncias enormes. Um programa de arquitetura pode custar US$2000 e um pacote de aplicativos uns US$250. Só aí já chegou no preço do note. Acrescente R$450 do preço do Sistema Operacional (dificilmente conseguem vender o alegre pinguim em um supermercado) e temos outro notebook. Precisa ser assim?
Gostemos ou não, a Microsoft praticamente detém o monopólio dos SO. Pra onde nos viramos está o tal Windows e não temos alternativas. Se todos precisam usa-lo, porque ele custa esse preço? Não estamos em um mundo globalizado? Ela não vai vender esse mesmo produto, com pequenas adaptações, no mundo todo? Ela cobra esse preço porque ela não sabe quanto vale o Windows.
Reparou a frase? "Quanto vale"? É como avaliar o teto da Capela Sistina (não que eu esteja comparando Michelangelo e Bill Gates) mas é algo cujo preço está além das tintas, perdão dos bytes e das pesquisas.
Não se paga um valor justo por nenhum software. O Windows eatá aí há muitos e muitos anos e o que foi gasto nas pesquisas, como defendido por alguns, já foi pago. Hoje, a Microsoft precisa pesquisar e desenvolver como meio de vida. Não se trata de "busca por conhecimento" mas a busca da sobrevivencia. Se não fizer isso morre.
Ao contrário de um automóvel, um software não precisa fazer alterações cosméticas de ano pra ano. Se apenas corrigir os erros (bugs) já está muito bom. Mas claro, há a concorrência e ela faz coisas que esse aqui não faz e porque não acrescentar isso em uma revisão? Claro, será ótimo. Enfrentar a concorrência requer uma boa visão do mercado, mas não me parece que o Linux já seja um concorrente ameaçando a hegêmonia do Windows.
Voltamos aqui novamente à composição dos preços.
Não quero entrar nas extensas e complicadas planilhas que poderiam ser feitas. Não quero entrar também na avaliação da marca. Quero apenas dizer o seguinte: é caro. Qualquer software vendido comercialmente por uma grande softhouse é caro.
Centenas de "softhomes" (softhouses domésticas geralmente de um homem só) fazem excelentes programas e os colocam no mercado por US$15,00. Um preço bem razoável e acessível. Alguns desses programas estão por aí há mais de 10 anos. Qual o truque?
Não há truque. Só não há um prédio cheio de gente, só não há empresários gananciosos que nem são do ramo.
Qualquer semelhança com a indústria fonográfica não é mera semelhança, é vergonha mesmo. (continua?)
O Espaço Terapia Integral é um centro de medicinas alternativas (Reiki, Florais de Bach, Alinhamento Energético, Cromoterapita, Aromaterapia, Apometria Quântica) e oráculos (tarot e baralho cigano). Nesse espaço compartilhamos ensinamentos e pensamentos de alguns mestres que achamos pertinentes para nossa vida. Se quiser nos conhecer, atendemos com hora marcada e nosso site é http://terapiaintegral.alexsaba.com Venha voar conosco
terça-feira, 23 de outubro de 2007
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Considerações (2)
Lá vou eu de novo...
Viemos de um período industrial, onde o que importava era fabricar, industrializar. Saíramos de um periodo agrícula, onde havia plantio e cultivo, safra e entre-safra. Naquele periodo industrial logo se pensou que não haveria entre-safra. Poderia se produzir sempre, ao contrário das cenouras (só pq lembrei do Pernalonga) que não crescem no inverno. Mas não era bem assim. Havia também a entre-safra dos insumos. Havia o problema da mão de obra. Resolveu-se parte de tudo isso com a globalização e os robôs.
Mas com a globalização veio a possiblidade de fabricar em outros lugares (leia-se Oriente) e pra lá foram. Não era mais importante o fabrico, era sim a idéia, o pensamento, a criação, a informação.
Adentramos pois a era da informação valorizando o pensamento em detrimento do fabrico, mas o que acontece com o pensamento?
Ele deve ser usado pra criar algo. Cria-se portanto um produto nos EUA que vai ser fabricado na China e vendido na Europa. Perfeito.
Globalização, avanço científico mas temos ainda resquícios do passado.
Notóriamente a China tem mão de obra barata e isso nos faz lembrar as fábricas inglesas de dois séculos atrás se valendo até do trabalho infantil. Tá, mas se o produto não precisar ser industrializado dessa forma? Se o produto for música? Eu crio, gravo (seja lá como for) e coloco na internet onde é baixado e pago pelos downloads. A música passa a ser paga diretamente ao artista, ou pelo menos de uma forma muito semelhante ao que acontecia com os compositores e músicos das cortes. Tá, isso é só uma constatação.
Já que estamos na era da informação, vamos nos aprofundar mais um pouco e agora me importa como foi que eu gravei aquela música, só que eu vou mudar de exemplo propositadamente e falar dos escritores.
O cara tem uma idéia e constatou que se for escrever à lápis vai ser difícil mandar pra revisão, se for usar uma máquina de escrever fica legível mas ele mesmo não pode alterar do jeito que gostaria. Como último recurso ele se vê fadado a usar um computador. Ele vai em uma loja de eletrodomésticos e compra um que lhe atende ou que o vendedor precisava vender. Feito isso ele chega em casa e descobre que precisa de algo melhor pra escrever do que o processador de texto que veio com o sistema operacional. O que ele faz? Ele usa a internet pra procurar um programa. Descobre um do seu agrado e compra. Paga com seu cartão de crédito direto no próprio site do fabricante e baixa o programa para seu disco rígido, instalando-o.
Como vcs podem ver, foi tudo muito interessante e feito de uma forma muito moderna. Onde está o arcaico? A composição do preço do programa. Se alguém aqui já trabalhou com isso, sabe como são calculados os custos, como são estimadas as vendas e os lucros desejados. Quando você lê sobre quantos anos foram gastos na pesquisa de um determinado produto, existe uma fórmula estranha aplicada, porque a pesquisa poderia ter dado em nada, como também ter vários produtos derivados da mesma pesquisa.
Primeira conclusão: os preços hoje ainda são calculados da mesma forma, com as mesmas fórmulas usadas nos produtos da era industrial. Isso vale pra tudo.
Precisamos agora de um outro exemplo, ou de uma particularização quanto a um tipo de produto. Não, não vou usar softwares, mas sim remédios. É sabido e notório que a indústria farmacêutica gasta milhões com pesquisa e é amplamente recompensada, sendo uma das indústrias mais lucrativas. Pois bem: qual o preço de um remédio? Não é um bem, é algo que se usa quando necessário e que depois de um certo tempo pode ser ultrapassado ou substituído por algo melhor.
Essa descrição vale para um software? Sim.
Os custos em pesquisa são iguais para as duas indústrias? Não.
Aonde eu quero chegar com isso? Não é a pesquisa que torna um produto, como um software, caro, mas sim a forma retrógrada de como os custos são calculados.
Alguém falou que a Microsoft suplantou a IBM em tamanho. Será mesmo? A IBM tem em seus laboratórios (pelo menos) 5 ganhadores de prêmios Nobel. A Microsoft nem chega a ter laboratórios do mesmo nível, de pesquisa pura. A IBM mudou o foco do seu negócio para o B do seu nome. Com isso ela passou a atuar muito mais no campo das idéias, da organização e da venda de serviços, do que na de máquinas, como era nos anos 80. Parece-me uma empresa muito mais antenada com os dias de hoje do que a antiga parceira.
Pra fechar: a Apple, fabricante de hardware e software nos moldes antigos, tem como presidente um cara que não faz outra coisa a não ser fomentar novas idéias. Steve Jobs sabe que ao contrário dos anos 80, não pode ficar parado em um único produto em uma única idéia. São tantos produtos, tantas idéias, que em outros tempos correria o risco de ser chamada (a Apple) de uma empresa sem identidade. Mas hoje, mas do que nunca, a identidade é exatamente essa: idéias. Uma empresa que pretende surpreender pela quantidade de idéias que traz ao público. (Quanto será que Steve Jobs vai me pagar por esse artigo?)...(continua)
Viemos de um período industrial, onde o que importava era fabricar, industrializar. Saíramos de um periodo agrícula, onde havia plantio e cultivo, safra e entre-safra. Naquele periodo industrial logo se pensou que não haveria entre-safra. Poderia se produzir sempre, ao contrário das cenouras (só pq lembrei do Pernalonga) que não crescem no inverno. Mas não era bem assim. Havia também a entre-safra dos insumos. Havia o problema da mão de obra. Resolveu-se parte de tudo isso com a globalização e os robôs.
Mas com a globalização veio a possiblidade de fabricar em outros lugares (leia-se Oriente) e pra lá foram. Não era mais importante o fabrico, era sim a idéia, o pensamento, a criação, a informação.
Adentramos pois a era da informação valorizando o pensamento em detrimento do fabrico, mas o que acontece com o pensamento?
Ele deve ser usado pra criar algo. Cria-se portanto um produto nos EUA que vai ser fabricado na China e vendido na Europa. Perfeito.
Globalização, avanço científico mas temos ainda resquícios do passado.
Notóriamente a China tem mão de obra barata e isso nos faz lembrar as fábricas inglesas de dois séculos atrás se valendo até do trabalho infantil. Tá, mas se o produto não precisar ser industrializado dessa forma? Se o produto for música? Eu crio, gravo (seja lá como for) e coloco na internet onde é baixado e pago pelos downloads. A música passa a ser paga diretamente ao artista, ou pelo menos de uma forma muito semelhante ao que acontecia com os compositores e músicos das cortes. Tá, isso é só uma constatação.
Já que estamos na era da informação, vamos nos aprofundar mais um pouco e agora me importa como foi que eu gravei aquela música, só que eu vou mudar de exemplo propositadamente e falar dos escritores.
O cara tem uma idéia e constatou que se for escrever à lápis vai ser difícil mandar pra revisão, se for usar uma máquina de escrever fica legível mas ele mesmo não pode alterar do jeito que gostaria. Como último recurso ele se vê fadado a usar um computador. Ele vai em uma loja de eletrodomésticos e compra um que lhe atende ou que o vendedor precisava vender. Feito isso ele chega em casa e descobre que precisa de algo melhor pra escrever do que o processador de texto que veio com o sistema operacional. O que ele faz? Ele usa a internet pra procurar um programa. Descobre um do seu agrado e compra. Paga com seu cartão de crédito direto no próprio site do fabricante e baixa o programa para seu disco rígido, instalando-o.
Como vcs podem ver, foi tudo muito interessante e feito de uma forma muito moderna. Onde está o arcaico? A composição do preço do programa. Se alguém aqui já trabalhou com isso, sabe como são calculados os custos, como são estimadas as vendas e os lucros desejados. Quando você lê sobre quantos anos foram gastos na pesquisa de um determinado produto, existe uma fórmula estranha aplicada, porque a pesquisa poderia ter dado em nada, como também ter vários produtos derivados da mesma pesquisa.
Primeira conclusão: os preços hoje ainda são calculados da mesma forma, com as mesmas fórmulas usadas nos produtos da era industrial. Isso vale pra tudo.
Precisamos agora de um outro exemplo, ou de uma particularização quanto a um tipo de produto. Não, não vou usar softwares, mas sim remédios. É sabido e notório que a indústria farmacêutica gasta milhões com pesquisa e é amplamente recompensada, sendo uma das indústrias mais lucrativas. Pois bem: qual o preço de um remédio? Não é um bem, é algo que se usa quando necessário e que depois de um certo tempo pode ser ultrapassado ou substituído por algo melhor.
Essa descrição vale para um software? Sim.
Os custos em pesquisa são iguais para as duas indústrias? Não.
Aonde eu quero chegar com isso? Não é a pesquisa que torna um produto, como um software, caro, mas sim a forma retrógrada de como os custos são calculados.
Alguém falou que a Microsoft suplantou a IBM em tamanho. Será mesmo? A IBM tem em seus laboratórios (pelo menos) 5 ganhadores de prêmios Nobel. A Microsoft nem chega a ter laboratórios do mesmo nível, de pesquisa pura. A IBM mudou o foco do seu negócio para o B do seu nome. Com isso ela passou a atuar muito mais no campo das idéias, da organização e da venda de serviços, do que na de máquinas, como era nos anos 80. Parece-me uma empresa muito mais antenada com os dias de hoje do que a antiga parceira.
Pra fechar: a Apple, fabricante de hardware e software nos moldes antigos, tem como presidente um cara que não faz outra coisa a não ser fomentar novas idéias. Steve Jobs sabe que ao contrário dos anos 80, não pode ficar parado em um único produto em uma única idéia. São tantos produtos, tantas idéias, que em outros tempos correria o risco de ser chamada (a Apple) de uma empresa sem identidade. Mas hoje, mas do que nunca, a identidade é exatamente essa: idéias. Uma empresa que pretende surpreender pela quantidade de idéias que traz ao público. (Quanto será que Steve Jobs vai me pagar por esse artigo?)...(continua)
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Considerações...
A revolução industrial acabou.
Iniciamos uma nova era que é chamada por vários sociólogos como Era da Informação.
Diante disso, os antigos conceitos estão indo mesmo por terra.
Antes quem trabalhava muito era o operário. Hoje o operário tem seu horário certo, enquanto o burocrata, o homem da informação tem um horário pra lá de incerto, já que ele pode estar trabalhando em qualquer lugar e pode ser localizado por celular, email, etc.
O que virá é o que está vindo.
A revolução da computação não é nada. Muito além já havia sido previsto e estava acontecendo em laboratórios e universidades pelo mundo antes mesmo de chegarem aos meros mortais. Como essas informações tramitavam no mundo acadêmico, eram acessíveis àqueles que estavam com meio olho aberto.
O fato de todo computador precisar de um sistema operacional e de que cada pessoa que compra um computador precisa comprar o SO é tão ultrapassada quanto os computadores de grande porte. Isso era feito exatamente com eles e pra eles. Não vale para o computador pessoal, como começou a ser chamado nos anos 70.
O computador como existe hoje é um dos eletrodomésticos mais indomáveis da casa. Tal e qual as antigas televisões que precisavam de sintonia (acho que pouca gente lembra disso). Quando o SO era o DOS a situação então era muito pior.
Quando a TV surgiu, era uma cópia do rádio. Um rádio com imagens. Os problemas gerados, ainda não foram integralmente resolvidos. Alguns programas famosos de TV podem passar no radio sem adaptações. Na verdade o programa do Jô passa no rádio e não faz muita diferença.
A TV colocou imagem no rádio, mas teve que absorver o cinema pra começar a dar certo. Mesmo assim as enormes diferenças de programas de cada emissora é notória.
Programas?
Tal e qual os computadores, as televisões precisam de programas. Hoje Google e Microsoft começam a desenvolver programas como os da TV de sinal aberto. Você conecta e usa o que está lá. Igualzinho a ligar a TV e assistir o que está passando.
Aí, alguém inventou a TV à cabo, que originalmente partia do pressuposto da segmentação e variedade. Quando exportaram perdeu-se grande parte disso, principalmente em segmentação. Muitos canais à cabo parecem TV aberta. É o similar dos programas convencionais, shareware ou não.
O problema de não se criar nada absolutamente novo, ou pelo menos desse hábito, está no cerne de todos os problemas. O teclado em que escrevo isso é parecidíssimo com o da máquina de escrever que meu avô usava no jornal, o monitor onde leio é a cara da TV que minha avó acompanhava as novelas.
Pensem no que o avô de vocês reconheceria se voltasse aqui hoje (obrigado Prof.Longo). Salas de aula? Exatamente iguais... Você pode explicar pra ele que os computadores encolheram tanto que podem ficar embaixo da mesa (ou até em cima). Um CD não assusta tanto, mas mostre um pen-drive, uma máquina digital! Meu avô é um excelente parâmetro porque era professor de eletrônica, portanto alguém dado a alguns experimentos, como trancar um radio transistorizado em um laboratório pra provar aos alunos que funcionava.
Pra ele, ouvir música de graça era no rádio. Meu filho, portanto bisneto dele, quando faz seus downloads, está fazendo o mesmo o que bisavô fazia. Procurar por uma estação na rádio é como dar um "search" em um site ou torrent.
O problema está no outro lado. O lado de quem produz. Se com o rádio os teatros esvaziaram, por outro lado chegou-se mais longe, mais gente ouvia aquela música. Mais longe ainda eu consigo chegar com minha música (o mais distante que consegui foi a Sibéria e já achei muito bom). Segundo Elis Regina, tive a mesma remuneração que ela com a venda de discos, ou seja, quase nada. O que mudou?
Mudou que os executivos estão trabalhando mais e ganhando menos. Está mais difícil ter lucro.
Quanto aos softwares e à pirataria, é preciso repensar todo o sistema. Pequenas softhouses conseguem sobreviver com poucos e bons aplicativos. As grandes, assim como as antigas Gravadoras, reclamam muito e quanto mais reclamam, mais conseguem promoção pra seus produtos. É legal pagar por um programa legal, mas a gente se acha um babaca quando temos que pedir ajuda a um amigo já que o tão propalado suporte - suposta vantagem vendida pelos Gates da vida - não acompanha a velocidade dos processadores que equipam nossas máquinas... (continua acima)
Iniciamos uma nova era que é chamada por vários sociólogos como Era da Informação.
Diante disso, os antigos conceitos estão indo mesmo por terra.
Antes quem trabalhava muito era o operário. Hoje o operário tem seu horário certo, enquanto o burocrata, o homem da informação tem um horário pra lá de incerto, já que ele pode estar trabalhando em qualquer lugar e pode ser localizado por celular, email, etc.
O que virá é o que está vindo.
A revolução da computação não é nada. Muito além já havia sido previsto e estava acontecendo em laboratórios e universidades pelo mundo antes mesmo de chegarem aos meros mortais. Como essas informações tramitavam no mundo acadêmico, eram acessíveis àqueles que estavam com meio olho aberto.
O fato de todo computador precisar de um sistema operacional e de que cada pessoa que compra um computador precisa comprar o SO é tão ultrapassada quanto os computadores de grande porte. Isso era feito exatamente com eles e pra eles. Não vale para o computador pessoal, como começou a ser chamado nos anos 70.
O computador como existe hoje é um dos eletrodomésticos mais indomáveis da casa. Tal e qual as antigas televisões que precisavam de sintonia (acho que pouca gente lembra disso). Quando o SO era o DOS a situação então era muito pior.
Quando a TV surgiu, era uma cópia do rádio. Um rádio com imagens. Os problemas gerados, ainda não foram integralmente resolvidos. Alguns programas famosos de TV podem passar no radio sem adaptações. Na verdade o programa do Jô passa no rádio e não faz muita diferença.
A TV colocou imagem no rádio, mas teve que absorver o cinema pra começar a dar certo. Mesmo assim as enormes diferenças de programas de cada emissora é notória.
Programas?
Tal e qual os computadores, as televisões precisam de programas. Hoje Google e Microsoft começam a desenvolver programas como os da TV de sinal aberto. Você conecta e usa o que está lá. Igualzinho a ligar a TV e assistir o que está passando.
Aí, alguém inventou a TV à cabo, que originalmente partia do pressuposto da segmentação e variedade. Quando exportaram perdeu-se grande parte disso, principalmente em segmentação. Muitos canais à cabo parecem TV aberta. É o similar dos programas convencionais, shareware ou não.
O problema de não se criar nada absolutamente novo, ou pelo menos desse hábito, está no cerne de todos os problemas. O teclado em que escrevo isso é parecidíssimo com o da máquina de escrever que meu avô usava no jornal, o monitor onde leio é a cara da TV que minha avó acompanhava as novelas.
Pensem no que o avô de vocês reconheceria se voltasse aqui hoje (obrigado Prof.Longo). Salas de aula? Exatamente iguais... Você pode explicar pra ele que os computadores encolheram tanto que podem ficar embaixo da mesa (ou até em cima). Um CD não assusta tanto, mas mostre um pen-drive, uma máquina digital! Meu avô é um excelente parâmetro porque era professor de eletrônica, portanto alguém dado a alguns experimentos, como trancar um radio transistorizado em um laboratório pra provar aos alunos que funcionava.
Pra ele, ouvir música de graça era no rádio. Meu filho, portanto bisneto dele, quando faz seus downloads, está fazendo o mesmo o que bisavô fazia. Procurar por uma estação na rádio é como dar um "search" em um site ou torrent.
O problema está no outro lado. O lado de quem produz. Se com o rádio os teatros esvaziaram, por outro lado chegou-se mais longe, mais gente ouvia aquela música. Mais longe ainda eu consigo chegar com minha música (o mais distante que consegui foi a Sibéria e já achei muito bom). Segundo Elis Regina, tive a mesma remuneração que ela com a venda de discos, ou seja, quase nada. O que mudou?
Mudou que os executivos estão trabalhando mais e ganhando menos. Está mais difícil ter lucro.
Quanto aos softwares e à pirataria, é preciso repensar todo o sistema. Pequenas softhouses conseguem sobreviver com poucos e bons aplicativos. As grandes, assim como as antigas Gravadoras, reclamam muito e quanto mais reclamam, mais conseguem promoção pra seus produtos. É legal pagar por um programa legal, mas a gente se acha um babaca quando temos que pedir ajuda a um amigo já que o tão propalado suporte - suposta vantagem vendida pelos Gates da vida - não acompanha a velocidade dos processadores que equipam nossas máquinas... (continua acima)
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