segunda-feira, 4 de maio de 2020


Como muitos, não posso me dar ao luxo da quarentena.

Preciso sair para ir ao mercado, farmácia e toda a manutenção da casa.


Circulando como posso e onde posso, de máscara, sem máscara, a cada dia que passa, fico mais cético em relação à tudo - como nos ensinam os Toltecas - estou aprendendo a ouvir ambos os lados.

Ouço os comunistas, os fascistas, os de esquerda, os de direita, os sãos, os loucos, os apavorados, os cautelosos, os desesperados, os calmos, os belicosos, os pacíficos, todos.

Percebo que ninguém sabe nada, como o moribundo para quem dizem que quando morrer, verá o paraíso ou o inferno, que voltará em outro corpo, que não voltará, que não há nada depois, que será levado para outro planeta...

Ninguém sabe a verdade.


Todos falam sem saber nada., mas, para meu espanto, de repente as pessoas são epidemiologistas e eu não sabia, virologista e eu não sabia, especialistas em UTI e médicos e eu não sabia.


Tantas pessoas, do nada, se tornaram especialistas em medicina, mas ninguém falou da saúde pública.

Antes mesmo de me formar como arquiteto e urbanista (como está no diploma) e trabalhar com projetos de habitações populares de baixa renda, professores e colegas de faculdade e (depois) de trabalho, tinham como principal preocupação, a ausência de foco do governo nas ações (já que palavras sempre existiram, e muitas) de saneamento básico, inexistente na maioria das cidades e municípios do país.

A discussão voltou no ataque do vírus influenza, que, por enquanto, matou mais do que esse novo, mas naquela época não precisou de quarentena, do mesmo jeito que no natal e no carnaval não houve necessidade de quarentena.

Não há como não ser cético quanto a tudo.

Nada vai me fazer crer sem provas, mas, como os Toltecas nos ensinam, ouço. Ouço tudo e todos, mas não me peçam para acreditar que parar a população no mundo todo foi absolutamente necessário.


Retornaremos a idade média?

Retornaremos apenas ao ano 2.000, sem internet banda larga, sem celulares com mensagens instantâneas, sem Facebook, sem Instagram e sem WhatsApp?


Sou cético, mas sei que sem isso tudo seríamos muito mais manipuláveis.

Não há mais um rebanho de 200 milhões de vaquinhas de presépio balançando a cabeça a tudo o que dizem.

Não há mais o monopólio da comunicação.

Domenico di Mazzi, sociólogo italiano, diz que há muito deixamos a era industrial e entramos na era da informação. Quem detiver a informação e souber manipulá-la, terá o poder.


Não há como não ser cético, com tanta manipulação.


Que caiam as máscaras.

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