Tocar um instrumento foi minha primeira meditação.
Eu tinha 8 anos e não sabia disso.
Minha mãe reclamava das repetições sem fim de alguns acordes. Eram mantras.
Eu tinha 16 anos e não sabia disso.
Eu e meu compadre sentávamos pra compor e nos conectávamos com o divino
que havia dentro de nós.
Eu tinha 26 anos e não sabia disso.
Eu
tentava novos sons, descobria novos instrumentos, respirava, entrava em
conexão e a energia do Universo fluía por dentro de mim.
Eu tinha 36
anos e não sabia disso.
Eu pegava um
velho instrumento, procurava toca-lo como fazia há 20 anos atrás. Eu
procurava ser mais simples, mais puro, mais conectado.
Eu tinha 46 anos e
não sabia disso.
Lancei 6 discos pelo meu próprio selo,
distribuídos no exterior, onde sou alguém, mas um ninguém na
minha própria terra, mas isso nunca fez diferença, não havia apego aos
resultados.
Eu tinha 56 anos e não sabia disso.
Deus sempre esteve presente na minha vida, simplesmente porque está em mim.
Tudo o que fazemos com o coração, nos aproxima ainda mais do nosso verdadeiro eu, do Deus que habita em nós.
Conectados nos afazeres do dia a dia, descobrimos a presença do Divino.
A rotina pode ser uma prática diária de conexão e gratidão.
Eu tenho 58 anos e ainda não sei nada.
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