Osho - Resolução de Ano Novo...

Perguntaram a Osho:
"Se fosse para tomar uma única resolução de ano novo, qual você sugeriria?"
Esta e só esta pode ser a resolução de ano novo: Eu resolvo nunca fazer qualquer resolução. Todas as resoluções são restrições do futuro. Todas as resoluções são prisões. Você decide hoje em vez de amanhã? Você destruiu o amanhã.

Permita que o amanhã tenha sua própria existência. Deixe que ele venha à maneira dele! Deixe-o trazer seus próprios presentes.

Resolução significa que você irá permitir apenas isso e que você não irá permitir aquilo. Resolução significa que você gostaria que o sol nascesse no oeste e não no leste. Se ele nasce no leste, você não vai abrir as suas janelas, você vai manter as janelas abertas para o oeste.

O que é resolução? Resolução é luta. Resolução é ego. Resolução é dizer: "Eu não posso viver de forma espontânea." E se você não pode viver de forma espontânea, você absolutamente não vive - você só finge.

Então, deixe apenas uma resolução estar lá: eu nunca vou fazer quaisquer resoluções. Jogue fora todas as resoluções! Deixe a vida ser uma espontaneidade verdadeira. A única regra de ouro é que não existem regras de ouro.

Osho, em "Walk without Feet, Fly without Wings and Think without Mind"

Imagem por Vitor Sá - Virgu

Deeksha ou Diksha, a Bênção da Unidade!

Já existiram muitos avatares na história humana, mas que ensinaram e ajudaram a iluminar somente um número limitado de pessoas. O que o faz ser diferente?
Bhagavan: Penso que não sou eu que sou diferente, penso que vim numa época diferente. Os outros avatares prepararam as pessoas para a iluminação, para a liberação, mas não podiam dar a iluminação às pessoas, e não por não serem capazes, mas porque não era o tempo certo... Eu vim num tempo em que as energias da Terra mudaram, o ser humano está muito receptivo e pode receber a iluminação. Assim, minha vantagem é que vim no momento certo, num momento que é possível dar a iluminação ao ser humano.

Como é que o Senhor dá iluminação? Como é possível dar iluminação?
Bhagavan: Basicamente através de um processo que chamamos deeksha, que é uma transferência de energia elétrica através de uma espécie de buraco na mente da pessoa. Nós dizemos que a mente das pessoas é como uma parede que as separa de Deus. deeksha é uma energia elétrica que perfura esta “parede” que chamamos de mente. Quando isto acontece, então Deus e a pessoa podem estabelecer uma comunicação mútua. Este relacionamento tem a ver com sua criação, seu condicionamento, suas aspirações, sua educação, muitos fatores. É Deus quem dá a iluminação, quer você o trate de Deus, Consciência Cósmica ou Natureza, pode chamar como quiser. Ele assume o processo e a iluminação é dada por Ele. É Deus quem a dá. Nosso trabalho é dar deeksha e fazer este buraco na mente, aí Deus faz o resto. A iluminação é um processo muito complexo que somente Deus pode fazer.

O Senhor fala de deeksha como sendo um processo neurobiológico que afeta o cérebro. Como é isto?
Bhagavan: Sim, quando damos deeksha é como facilitadores da passagem de uma energia elétrica que afeta o cérebro, a coluna vertebral, e o que chamamos a linha dos chakras. A maior parte do trabalho é feito nos lóbulos frontais e parietais do cérebro. É provocada uma ativação dos lóbulos frontais e desativação dos lóbulos parietais, além de uma emissão de energia mandada para a linha dos chakras para reativá-los. Tudo isto junto produz uma abertura na mente e estabelece uma ligação entre Deus e o ser humano. Depois disto, o que acontece, é trabalho de Deus. Até este ponto, é claro,podemos fazer alguma coisa.

Então, quando o Senhor fala de perder o “self”, refere-se ao que acontece quando o Senhor faz o “buraco na parede”?
Bhagavan: Quando se faz este “buraco na parede”, então Deus pode assumir; aí Ele trabalha nos sentidos, liberando os sentidos da mente, da prisão da mente. Quando isto acontece perde-se o “self”. Esta parte do trabalho é feita pelo próprio Deus. Ele é o criador, Ele reorganiza o computador no cérebro e Ele assume o comando.

Então a iluminação de cada pessoa é única...
Bhagavan: É absolutamente única. Depende de sua criação, de seu condicionamento, do que aconteceu na sua infância, sua busca, seus condicionamentos religiosos. Todas estas coisas influenciam.

Muitas e muitas pessoas buscaram por muitas vidas, passaram por todos os tipos de práticas, sadhanas, rituais, cerimônias e tradições e muitas vezes sentem que só conseguem evoluir até um certo ponto e ninguém foi capaz de fazê-las cruzar a linha da iluminação. Em que isto é diferente?Bhagavan: Quando olho uma pessoa não a vejo como iniciante mas vejo milhões de anos por trás dela. Eu creio que toda a humanidade terminou todo o trabalho que tinha que fazer. Penso que todos foram muito bem preparados através das tantas vidas que tiveram. E portanto, agora é tempo de colheita. Todo o trabalho pesado já foi feito, agora as frutas estão aí para serem colhidas.

Sim, deve ser um alívio muito grande para muitas pessoas ouvirem isto.
Bhagavan: Sim, por isso eu vejo todas as pessoas como buscadores, todos já fizeram suas sadhanas, todos estão prontos. Não posso apontar uma só pessoa que não esteja.

Então, não tem ninguém que não seja um buscador?
Bhagavan: Não tem ninguém que não seja um buscador. Algumas pessoas buscaram de maneiras diferentes de outras…

Poderiam estar buscando sem nem ao menos saberem que estavam buscando...
Bhagavan: Sem nem ao menos saberem que estavam buscando...

Quer dizer que conforme este trabalho progrida é possível que mais e mais pessoas fiquem iluminadas sem terem idéia alguma sobre iluminação, já que nunca estiveram buscando iluminação. Vai simplesmente acontecer?
Bhagavan: Sim, e o que é provável que aconteça é que, agora, pessoas iluminadas capazes de dar deeksha o façam a pessoas capazes de entrar em estados de maior plenitude. Mas, muito em breve, talvez daqui a alguns meses, os que receberem deeksha deles vão naturalmente ficar iluminados. E, não apenas isto, vão adquirir também o poder de dar deeksha a outros e iluminá-los. O processo vai continuar assim por algum tempo. Chegará um momento em que, mesmo sem deeksha, toda a humanidade cruzará a linha. Quando o ponto crítico for atingido haverá uma ocorrência espontânea em todo o Planeta.

O que acontecerá com as pessoas que ainda estão em jogos de poder, controle e ego e que podem vir a resistir ao estado de iluminação?
Bhagavan: Sim, as pessoas que teimosamente resistirem à iluminação também vão se tornar naturalmente iluminadas. A esta altura não haverá mais resistência. Ninguém vai poder dizer: “Eu vou ficar de fora da iluminação”. Não é possível. É uma ocorrência natural. É a evolução humana. Todos os jogos de poder e ego vão terminar. Não vai ser possível usá-los mais. O cérebro estará funcionando de maneira diferente.

Isto é incrível. Então, até as pessoas que estão conscientemente e inflexivelmente se recusando a ao menos pensar em compartilhar o planeta com outros, que tentam controlar todos os recursos da Terra e devastam o meio ambiente para seu próprio benefício, sejam companhias, governos, empresas ou indivíduos, isto tudo vai mudar?
Bhagavan: Sim, isto tudo vai mudar drasticamente. O homem perceberá em breve que a Terra é um organismo vivo, que ele depende dela como de sua Mãe, assim, ninguém mais vai pensar em fazer algum mal a Terra. E não será preciso nenhum tipo de educação para isto, acontecerá naturalmente. Veremos uma Terra muito diferente,um mundo muito diferente. Não estou especulando, estou falando diretamente das visões que milhares de pessoas de vários continentes tiveram na última década.

Muitos cientistas predizem, baseados no que acontece agora no Planeta, aquecimento global, era glacial, queda de qualidade do ar e da água etc e até catástrofes ambientais de grande vulto, que estes fenômenos podem até mesmo tornar a vida impossível no Planeta. Como o Senhor pode ter tanta certeza da iluminação planetária?Bhagavan: As predições são verdadeiras. O que eles não sabem é que, na nossa visão, uma grande transformação está varrendo o Planeta que por sua vez, impedirá estas coisas de acontecerem. Já vemos pessoas se iluminando e como isto afeta o ambiente. Vemos numa escala muito pequena, mas a partir disto podemos predizer a transformação que ocorrerá numa escala global. E é isto o que vai salvar a Terra. Se isto não ocorresse, então o que os cientistas dizem poderia muito bem acontecer.

Um exemplo seria um povoado que se ilumina, e apesar de seca nos últimos anos, as chuvas ...
Bhagavan: As chuvas viriam, sim. Isto já esta acontecendo em muitos lugares na Índia. Já é visível.

Da mesma forma, se há predições de grandes terremotos, atividade vulcânica, e até mudança dos pólos, então, se as pessoas se iluminarem isto alterará nosso relacionamento com a Terra ...
Bhagavan: Nós podemos salvar a Terra. É por isto que eu estou dizendo às pessoas: “A casa está pegando fogo, vamos andar mais depressa, vamos correr”.

Existem tantas religiões no mundo hoje. Qual é sua opinião sobre a existência de várias religiões?
Bhagavan: Eu creio que a variedade de religiões é para atender a necessidades diferentes das pessoas. Já vi pessoas que precisavam de uma certa religião para lidar com um certo problema, ou por sua criação precisavam do input de uma certa religião. Eu, pessoalmente, nunca tive nenhuma dificuldade com pessoas de qualquer fé. O deeksha é neutro, apenas ativa certas partes do cérebro ou desativa outras, e a pessoa apenas descobre o que sua religião o ensinou. Descobre as verdades de sua própria religião. O que eu faço ou ensino não é uma nova fé ou nova religião, não é nada novo, simplesmente te ajuda a descobrir o que você tem procurado por muitos anos. Assim, eu pessoalmente, não tenho problema com pessoas de qualquer religião.

O Senhor fala que nós podemos projetar nosso próprio Deus. O que isto significa?
Bhagavan: Quando falo de projetar seu próprio Deus, não quero dizer que você vai criar seu Deus. Deus é quem criou você; você não cria Deus. Falo da forma como Ele vai tratar você, a forma como Ele vai se conduzir com você depende da maneira como você espera que Ele se conduza com você. Isto é o conceito Hindu do ‘bhakta paradeena’, que Deus depende do devoto. Se você o quer como um amigo Ele se comporta como amigo. Se você quer que Ele se comporte como uma mãe, Ele vai se comportar como uma mãe. Assim, o relacionamento com Deus, depende de você projetar a forma como Ele vai se relacionar com você. É disto que eu falo quando digo que você pode projetar seu próprio Deus.

Então, em certos aspectos, certas formas de ver Deus facilitam a se obter a iluminação como se fosse um presente?
Bhagavan: Sim, e pode ser muito fácil receber este presente. Se o seu conceito de Deus é o de ser muito amigável, então você pode não ter nem que rezar,é só pedir e Ele te dá. Milhares de pessoas tem este relacionamento. Falo apenas de quando as pessoas já alcançaram isto, não antes.Muitas pessoas já fizeram de Deus amigo seu, um Deus muito amigável.Incluem-se aí, pessoas de várias religiões, cristãos, muçulmanos, hindus.

Eu me lembro que quando criança era muito fascinado pela vida e ensinamentos de Jesus e pensava como seria viver naquele tempo, ser discípulo dele, e de quando ele os mandou curar os doentes e aliviar o sofrimento.O que me fascina agora é que os mesmos tipos de milagres, mesmas curas, estão ocorrendo com o deeksha. Por favor,fale sobre isto.
Bhagavan: Sim, isto que está ocorrendo é a continuação do trabalho que Cristo deixou. Esta transformação do ser humano deveria ter ocorrido, na verdade, há 2.000 anos mas, por alguma razão, o projeto foi abortado. Mas agora a mesma coisa está voltando. Assim,através do deeksha, as pessoas estão entrando em contato com a consciência crística , principalmente no ocidente. Estão descobrindo aquela mesma consciência que Cristo tentou dar a eles. Não é em nada diferente daquela.Na verdade, eu diria que esta é a Cristandade que Cristo queria que fosse.

A partir desta consciência os milagres são possíveis?
Bhagavan: Sim, exatamente.

Na região de Orissa estão ocorrendo milagres...
Bhagavan: Sim, tem um lugar em Orissa, chamado Gutagaon, onde milhares de pessoas se curaram.Tem um outro lugar chamado Bhimavaram onde são feitas cirurgias em pessoas que se deitam em frente do Srimurthi.

Como milagre, como cirurgias psíquicas?
Bhagavan: Sim, milagres. E mais e mais isto acontecerá por todo o País e todo o mundo. Estes não são milagres que eu faço, são milagres que ocorrem espontaneamente em várias partes do planeta... Eu, pessoalmente, não faço milagres deste tipo. Não trabalho com milagres neste sentido.

Então, é realmente a consciência cósmica que está permitindo que este milagres ocorram. O fato de eles serem mais freqüentes, de a iluminação estar mais rápida, tem relação com o que o Senhor chamou de campo morfogenético?
Bhagavan: Sim, por exemplo, este fenômeno tem uns 12 anos,e vimos que tem momentos que ele ocorre em maior intensidade. O que descobrimos é que conforme mais pessoas chegam num certo estado, mais fácil se torna para outras chegarem neste mesmo estado, quer se trate de cura, de iluminação ou qualquer outro estado de consciência. Vemos que quem chega depois, alcança o estado alcançado anteriormente mais fácil e mais rapidamente.Então, é óbvio, existe um campo que está absorvendo estas transformações e é capaz de transferi-lo para outro muito mais rápido. É assim que o campo morfogenético está realmente ajudando.Podemos vê-lo em ação.

Quanto tempo leva para iluminar 64.000 pessoas?
Bhagavan: Pode levar de um a seis anos. Pode ser muito mais rápido também. Depende da rapidez da resposta das pessoas. Pode acontecer em poucos meses também. Não podemos especificar um tempo. Pode ser muito rápido ou pode levar um pouco mais de tempo.

O Senhor falou a respeito do Templo da Unidade (Oneness Temple), e que quando as pessoas forem lá rezar, sejam elas das mais variadas religiões, o que elas vão ver é o reflexo de seu próprio Deus.
Bhagavan: Sim, é um templo estranho, no qual haverá um trono estranho, um trono vazio. A pessoa que vier rezar, seja de qual religião for, verá o seu Deus, ou um sinal da presença de seu Deus no trono. E será visível só para ela. Pode-se rezar da maneira que quiser. E verão Deus no trono. Será particular de cada um.

Há uma mudança na relação do ser humano com Deus?
Bhagavan: Sim, existe uma mudança. Uma mudança própria da nossa época e que acontece aqui, uma mudança definitiva. Deus está chegando muito perto do ser humano, e o ser humano também. Era um relacionamento perdido. Já foi muito próximo na última Idade do Ouro. Parece que conversavam e andavam juntos, sabia? Aí aconteceu uma separação entre Deus e o homem, e que perdurou pelas subseqüentes yugas. Agora, com a volta da Idade do Ouro, os humanos e Deus se uniram novamente. Ficaram amigos novamente. É isto.

Vejo os véus ficando mais finos entre as dimensões e as “Iokas”. Penso no medo que tantas pessoas têm de morrer, principalmente os condicionados em crenças de inferno, para onde irão caso tenham feito algo errado ou achem que fizeram algo errado. O que acontece realmente com as pessoas quando morrem?
Bhagavan: O que acontece é que quando as pessoas morrem com muito medo do inferno ou de serem julgados por Deus, freqüentemente não prosseguem sua viagem, mas permanecem na Terra como espíritos presos à Terra. É uma infelicidade isto acontecer. Se as pessoas que ficam, fizerem os rituais ou cerimônias prescritas por sua própria religião, podem realmente ajudá-las. Mas o mais importante seria fazê-las conversar com Deus e perceber que Deus é muito amigo e não julga ninguém. Mas para isto é necessária uma mudança na forma de pensar da pessoa. Eu penso que este é o melhor meio de liberar o ser humano. Fazer amizade com seu Deus,para evitar problemas desnecessários.

Então, na verdade, a morte é bonita e pacífica?
Bhagavan: É muito, muito bonita. O processo de morrer é muito bonito, mas a maioria das pessoas leva uns três dias para perceber que estão mortos. De alguma forma leva este tempo todo. É por isso que é necessário fazer as cerimônias para ajudá-las a compreender que estão mortas e prepará-las para a jornada do encontro com Deus. Caso se faça isto,fica mais fácil. Por outro lado, caso se aumente o medo da pessoa, ela ficará presa por aqui. E aí terão que ser ajudadas.

Então, tem espíritos que as ajudam a ir para suas apropriadas Iokas?
Bhagavan: Sim,é por isto que quando as pessoas chegam aqui, trabalhamos para ajudar seus ancestrais, a seus pais e avós se liberarem. Quando estes ancestrais se soltam da esfera da Terra,a pessoa sente a liberação, sente uma leveza.Não é uma coisa para se acreditar, mas para ser experienciado.

Eles também...
Bhagavan: Eles ficarão espontaneamente iluminadas. A iluminação não é apenas para os vivos, mas também para os mortos.

Acho que o maior presente que o Senhor está nos dando é que a iluminação é um processo sem esforço; aliás, o esforço pode ser até um bloqueio, porque com esforço a mente pensa que é capaz de fazer alguma coisa.
Bhagavan: Sim, pensa que é capaz de fazer alguma coisa. A pobre mente não pode fazer nada, está presa em conflitos, permanente oposição a si mesma, a mente é repetitiva por natureza, muito velha. Realmente não pode fazer muita coisa. Tem que perceber sua impotência e desistir. Aí a Graça pode assumir.

O Senhor fala de a mente ser muito antiga. O que quer dizer com isto?
Bhagavan: Quero dizer que sua estrutura basicamente não mudou. Que o medo é o centro da mente humana. Pode ter sido, antigamente, medo de um leão ou de um tigre e hoje ser da queda da bolsa de valores. Antigamente, havia preocupações com o clima, hoje a preocupação é com a perda do emprego ou outras coisas. Mas a preocupação é a mesma, a mesma ansiedade, os mesmos desejos. Os objetos de desejo podem ter mudado, mas o desejo de ser diferente do que acontece ainda está aí. Veja, fundamentalmente o ser humano não mudou, e é por isso que eu digo que a mente é muito antiga. Apenas os objetos mudaram, os objetos de desejo, dos anseios dos medos, apenas estes mudaram. Fundamentalmente é a mesma velha mente, vivendo em constante medo, pensando continuamente em se tornar algo que não é, movendo-se de onde está para onde gostaria de estar. Não sossega. Não fica onde deveria ficar. Vive principalmente de medo. Basicamente não há mudança no ser humano. Não vejo nenhuma diferença entre o Homo sapiens e o Neanderthal. A experiência que recebemos de pessoas que viveram antes é limitada, e vemos que, fundamentalmente, são as mesmas.

Então, quando formos iluminados poderemos abandonar esta mente?
Bhagavan: Sim, poderemos deixá-la. Pode-se ficar completamente livre da mente. Falo de uma transformação na qual você se livra da mente. Não foco muito em transformação dentro da mente. Esta, os psicólogos e filósofos podem fazer. E estão fazendo um bom trabalho. Assim, não preciso perder tempo com isto. Falo de se tornar livre da mente mesma.

O senhor gostaria de falar mais alguma coisa para os leitores desta entrevista?
Bhagavan: Gostaria de dizer que, apesar da humanidade estar diante de muitos obstáculos e o perigo parecer espreitar atrás da esquina, a redenção é que está atrás da esquina e nós vamos conseguir.

Entrevista feita por Kiara Windrider, como parte de seu livro “Fire from Heaven”

Traduzido com autorização do autor

http://viverbemcomsimplicidade.blogspot.com/2010/09/doacao-de-deeksha.html

Osho - Palavras não são palavras

Palavras não são apenas palavras. Elas têm disposições de ânimo, climas próprios.


Quando uma palavra se aloja dentro de você, ela traz um clima diferente à sua mente, uma abordagem diferente, uma visão diferente. Chame a mesma coisa de um nome diferente e perceberá: algo fica imediatamente diferente.


Existem as palavras dos sentimentos e as palavras intelectuais. Abandone cada vez mais as palavras intelectuais, use cada vez mais palavras dos sentimentos. Existem palavras políticas e palavras religiosas. Abandone as palavras políticas. Existem palavras que imediatamente criam conflito. No momento em que você pronuncia, surgem discussões. Assim, nunca use uma linguagem lógica e argumentativa. Use a linguagem do afeto, do carinho, do amor, para que não surja discussão alguma.


Se você começar a ficar consciente disso, perceberá uma imensa mudança surgindo. Se você estiver um pouco alerta na vida, muitas infelicidades poderão ser evitadas. Uma única palavra pronunciada na inconsciência pode criar uma longa corrente de aflição. Uma leve diferença, apenas uma virada muito pequena, e isso cria mudança. Você deveria ser muito cuidadoso e usar as palavras quando absolutamente necessário. Evite palavras contaminadas. Use palavras arejadas, não controversas, que não são argumentos, mas apenas expressões de suas impressões.


Se você puder se tornar um especialista em palavras, toda a sua vida será totalmente diferente. Se uma palavra trouxer infelicidade, raiva, conflito ou discussão, abandone-a. Qual é o sentido de carregá-la? Substitua-a por algo melhor. O melhor é o silêncio, depois é o canto, a poesia, o amor.


Osho, A Rose is a Rose Is a Rose, # 10

Ser egocêntrico não é errado.

Suponha que você precise fazer algum trabalho, e você está com fome. A melhor coisa seria comer primeiro, e depois trabalhar. Da mesma forma, você tem necessidades pessoais. É mais apropriado primeiro satisfazer as suas necessidades e, em seguida, ajudar os outros. É muito natural, direito e apropriado satisfazer as suas necessidades.

Até esse ponto, seja egocêntrico. Ser egocêntrico não é errado. A única coisa é que o ego se expressa de maneiras muito perigosas; isso significa que você não deveria agir apenas em benefício próprio. Às vezes você pode pensar que está se auto-expressando, mas não pode ser egoísta. Isto é aquilo com o que você precisa ter cuidado. Não há nada errado em se expressar e ainda ajudar os outros ao longo do caminho espiritual, porque você se sente tão completo. Este desejo terminou, você passa para a próxima etapa, e seu espírito começa a evoluir. Mas nunca se diminua ajudando os outros. Mais cedo ou mais tarde você terá grande problema. Portanto, por favor expresse-se.

(conferência de Sri Bhagavan com São Paulo, no Brasil, em 19 de dezembro de 2009)
Tradução Denise Brito

Sobre a verdade

"SOBRE A VERDADE

A EXPERIÊNCIA HUMANA

A maioria de nós tem a impressão de ser um indivíduo separado que precisa lidar com um mundo externo – que parece ser uma experiência de incansável movimento. Como o foco de nossa atenção costuma vir de dentro para fora, cria-se o sentimento do “Eu”, de uma entidade pessoal que está no mundo. Esse movimento energético de dentro para fora causa uma sutil, embora familiar sensação de medo, estresse e esforço, acompanhada da idéia de querer superar o círculo vicioso de uma EXPERIÊNCIA HUMANA limitada. Este sentido do “eu” que conduz a “minha” vida e que se torna o resumo de todas as “minhas” experiências, raramente é questionado.

Webcast 19 Dez 2010

Ensinamento de áudio para webcast 18/19 dezembro com Sri Bhagavan:
"Quem está Desperto é uno com o que estava aqui antes do universo nascer. É aquele que está eternamente presente, o que não nasceu e não morre, aquele sem começo”.

Quando a confiança cresce

À medida que a confiança cresce, a mente deixa de interferir. É apenas quando você não tem confiança que a mente a intervém. Mas quando você se torna confiante, a mente desaparece gradualmente. Em seguida, é como conversar regularmente com alguém: você fica tão próximo [do Divino] como isso. Eu conheço muitas pessoas que durante um momento não fazem nada. [Quando] há um problema - eles só falam [com a Presença], e ele se dissolve.

Você pode pensar que isso é impossível, mas não é. Qualquer pessoa normal é capaz de conseguir isso, não é difícil. Não diga que seria impossível ou muito difícil, tudo o que lhe ensinamos pode ser alcançado em pouco tempo.

(conferência de Sri Bhagavan com São Paulo, no Brasil, em 19 de dezembro de 2009)
traduzido por Denise Brito

A virtude deve ser algo natural, não cultivado.

"A virtude deve ser algo natural, não cultivado. É por isso que na Unidade nós dizemos: se você não está iluminado, não aja como desta forma. Se você não está desperto, não aja como se estivesse. Você tem suas necessidades, então por que você deve colocar o foco em outras pessoas? Não vai funcionar.

O que você é deve se expressar, e sua fome deve ser satisfeita. E o mais curioso é que você vai descobrir que depois de ter atendido às suas próprias necessidades, você vai experimentar um desejo natural de ajudar os outros. Não que você se obrigue, ou que planeje, não que você aplique ou use força de vontade, não. Você vai começar a ajudar os outros naturalmente. Este é o momento em que você irá ajudar outrem. E você se torna altruísta."

(conferência de Sri Bhagavan com São Paulo, no Brasil, em 19 de dezembro de 2009)
Tradução Denise Brito - foto Regina Aradhan

Conferência Sri Bhagavan - São Paulo (19/12/2009)

Esta idéia não é algo que possamos conceber. Algo a respeito de que pensemos. Não. Você apenas toma o fato: eu não sei. Então, de repente, a verdade profunda, ela vem. Isso acontece com qualquer pessoa, porque se você ficar quieto, uma grande transformação ocorre no interior. Se você continuar pensando e lutando, você destrói este processo. Se você ficar quieto, apenas introduza esta informação: “Eu não sei, eu quero saber” – faça-o, e espere.

Basta ficar quieto. Às vezes, deve-se manter a terra intocada por um tempo antes de se começar a cultivar algo novo. Assim ela se torna fértil. Da mesma forma, você deve ficar quieto, em calma atividade - não indiferente, ou dormindo. Basta ficar com o fato de que você não sabe. Você deve estar muito consciente disso, então [a percepção] vem. Você a traz à luz, e se você seguir isto, você nunca, nunca falhará. É assim que você vai descobrir seu propósito na vida.

(conferência de Sri Bhagavan com São Paulo, no Brasil, em 19 de dezembro de 2009)

Saber rezar

Minha mãe me mandou um texto da Clarisse Lispector sobre TER x SER. Minha resposta pra ela está aqui embaixo:

"Só discordo de uma coisa: conhecimento não nos torna sábios. Conhecimento nos torna... informados.
O que atrapalha muita gente é confundir conhecimento com sabedoria. Os evangélicos recitam a Bíblia de cor e salteado. Isso os torna sábios? Citando um escritor gaúcho: "Meu papagaio sabe dizer eu te amo. Será que a fêmea se sente lisonjeada?"

Somos a cultura do TER. Quem não tem quer ter e isso ajuda em que?
Preciso disso (ou daquilo) para ser feliz? Minha felicidade depende de ter isso (ou aquilo)? Será que isso é mesmo assim tão verdadeiro?

Outro dia vi um "quase" Corsa da Chevrolet na rua com os seguintes dizeres no para-brisa traseiro: "Foi Deus que me deu!" Lembrei de uma estorinha hindu que Bhaskar me contou e pensei: acho que ele rezou pouco. Se Deus só deu aquele carrinho (como é mesmo o nome? Celta?) ou o cara pediu por ele ou... Seja como for o cara não soube pedir.

A história hindu é a seguinte: