Para ler a carta, você pode ir ao site dele aqui ou na postagem anterior a esta. Se já fez isso, pronto ou não aqui vou eu!
Falou "arquiteto" (com ou sem aspas)... me chamou. :-)
Faz muito tempo que esse país matou os "arquitetos". Alguns anos atrás, comentei sobre o texto de um amigo "Morte aos Arquitetos", que eles precisavam descer dos seus pedestais e parar de tentar valorizar a profissão, porque havia apenas uma valorização do próprio ego. Tratávamos ali de arquitetos (sem aspas). Aqui no teu texto, a constatação de que há muitos anos eles (com aspas) já foram mortos.Há quantos anos atrás o BNH acabou? (novembro de 1986 pra quem não foi dessa época)
O que o governo Lula está propondo agora? (criar novamente o BNH).
"Porque acabou" já não cabe mais em discussão, mas o que aconteceu com o fim dele está claro. A população cresceu e as cidades incharam, sem política alguma de criar residências para os que necessitam. Residências implicam em saneamento básico, algo inexistente em muitas comunidades, como gostam de chamar as favelas.
No meio do esgoto e sem saúde, a população que só faz crescer, sequer é inserida no mercado de trabalho, ficando à margem e como tal, marginais, capazes de atos obtusos.
Pior do que uma manada, são várias delas e, uma dentro da outra. A manada X contra a manda Y. A manada externa contra a manada interna. Aonde iremos chegar é conversa pra antropologistas.
Mas será que as manadas tem líders? Se a manada está subdividida, posso crer que alguns dos pequenos grupos tenham líderes, mas quanto maior ele se torna, mais distante fica do líder original e este mais distante do todo e por mais que se auto-intitule como líder, sua liderança não só é contestada, mas realmente ignorada, no melhor sentido da palavra, aquele que subtrai o conhecimento.
O que é uma manda sem líder (se é que existe tal coisa no reino animal)?
Retornamos ao exemplo do Luciano: "raciocinar mal com dados falsos".
Nossa capacidade de raciocínio está cada vez mais prejudicada. E um exemplo são as Wiki. Eu conheço o Luciano Pires há algum tempo e de certa forma sei o que esperar dele, incluindo aí o inesperado, mas não conheço o John Doe. Devo acreditar em uma informação que ele forneça? Devo acreditar que ele é capaz de discernir sobre alguma coisa que eu mesmo não conheça? Enfim, posso confiar em John Doe?
Cada vez mais querem nos fazer crer que estar "publicado" na internet já é suficiente para que seja verdade.
Cada vez mais, alguns animais da nossa manada nos querem fazer crer que aquilo é inteligência.
Cada vez mais nos querem fazer crer que eles são mais inteligentes do que nós.
Mas como eles querem fazer isso se simplesmente não nos conhecem?
Porque assim é na manada. Olhar em volta e não se identificar com o que vê, reforça o sentimento de não sermos tão burros quanto a soma de todos nós.
Certa vez fui apresentado a um novo chefe. Depois do discurso habitual, permitiram que fizéssemos perguntas. Levantei meu braço e perguntei: "Quem é você para ser nosso chefe?" Tentei fazer com que a pergunta soasse o menos agressiva possível, mas jamais imaginaria que não fosse respondida. Ele não sabia responder. Porque a inversão da pergunta: "Porque devo contratar você?" soa tão agressiva? Os líderes não estão acostumados a serem questionados. Eles são alçados ao poder, perdão, alçados ao cargo para executar uma estratégia sem objetivos, como se houvesse um poder divino a guiar o líder máximo. E chegamos ao final da estrada de tijolos dourados e ao próprio Mágico de Oz. Não há líder divino e o superior responde ao superior que responde (muitas vezes) a um anão da câmara, a alguém do chamado baixo clero, a um corrupto, a um ladrão... esses são nossos líderes?
Falou "arquiteto" (com ou sem aspas)... me chamou. :-)
Faz muito tempo que esse país matou os "arquitetos". Alguns anos atrás, comentei sobre o texto de um amigo "Morte aos Arquitetos", que eles precisavam descer dos seus pedestais e parar de tentar valorizar a profissão, porque havia apenas uma valorização do próprio ego. Tratávamos ali de arquitetos (sem aspas). Aqui no teu texto, a constatação de que há muitos anos eles (com aspas) já foram mortos.Há quantos anos atrás o BNH acabou? (novembro de 1986 pra quem não foi dessa época)
O que o governo Lula está propondo agora? (criar novamente o BNH).
"Porque acabou" já não cabe mais em discussão, mas o que aconteceu com o fim dele está claro. A população cresceu e as cidades incharam, sem política alguma de criar residências para os que necessitam. Residências implicam em saneamento básico, algo inexistente em muitas comunidades, como gostam de chamar as favelas.
No meio do esgoto e sem saúde, a população que só faz crescer, sequer é inserida no mercado de trabalho, ficando à margem e como tal, marginais, capazes de atos obtusos.
Pior do que uma manada, são várias delas e, uma dentro da outra. A manada X contra a manda Y. A manada externa contra a manada interna. Aonde iremos chegar é conversa pra antropologistas.
Mas será que as manadas tem líders? Se a manada está subdividida, posso crer que alguns dos pequenos grupos tenham líderes, mas quanto maior ele se torna, mais distante fica do líder original e este mais distante do todo e por mais que se auto-intitule como líder, sua liderança não só é contestada, mas realmente ignorada, no melhor sentido da palavra, aquele que subtrai o conhecimento.
O que é uma manda sem líder (se é que existe tal coisa no reino animal)?
Retornamos ao exemplo do Luciano: "raciocinar mal com dados falsos".
Nossa capacidade de raciocínio está cada vez mais prejudicada. E um exemplo são as Wiki. Eu conheço o Luciano Pires há algum tempo e de certa forma sei o que esperar dele, incluindo aí o inesperado, mas não conheço o John Doe. Devo acreditar em uma informação que ele forneça? Devo acreditar que ele é capaz de discernir sobre alguma coisa que eu mesmo não conheça? Enfim, posso confiar em John Doe?
Cada vez mais querem nos fazer crer que estar "publicado" na internet já é suficiente para que seja verdade.
Cada vez mais, alguns animais da nossa manada nos querem fazer crer que aquilo é inteligência.
Cada vez mais nos querem fazer crer que eles são mais inteligentes do que nós.
Mas como eles querem fazer isso se simplesmente não nos conhecem?
Porque assim é na manada. Olhar em volta e não se identificar com o que vê, reforça o sentimento de não sermos tão burros quanto a soma de todos nós.
Certa vez fui apresentado a um novo chefe. Depois do discurso habitual, permitiram que fizéssemos perguntas. Levantei meu braço e perguntei: "Quem é você para ser nosso chefe?" Tentei fazer com que a pergunta soasse o menos agressiva possível, mas jamais imaginaria que não fosse respondida. Ele não sabia responder. Porque a inversão da pergunta: "Porque devo contratar você?" soa tão agressiva? Os líderes não estão acostumados a serem questionados. Eles são alçados ao poder, perdão, alçados ao cargo para executar uma estratégia sem objetivos, como se houvesse um poder divino a guiar o líder máximo. E chegamos ao final da estrada de tijolos dourados e ao próprio Mágico de Oz. Não há líder divino e o superior responde ao superior que responde (muitas vezes) a um anão da câmara, a alguém do chamado baixo clero, a um corrupto, a um ladrão... esses são nossos líderes?
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