Outro dia mandaram a seguinte pra mim: "Eu, pessoalmente, prefiro a sinceridade, mas ela só tem valor acompanhada de cordialidade."
Fiquei pensando nisso e me ocorreu que eu não prefiro isso. Acho que prefiro que mintam, que me elogiem, me bajulem e encham meus bolsos de dinheiro.
Sinceridade pra que? Pra ouvir besteiras sobre o que não entedem?
Pra ouvir (como já ouvi) de que meu primeiro trabalho (gravado há 16 anos atrás) devia ter mais peso, mais profundidade, mais... Porra, há 16 anos atrás era o melhor que eu conseguia fazer gravando no que viria a ser o Aquilante.
A sinceridade muitas vezes é usada como desculpa para a inveja. O cara pensa: "Po, isso tá bom demais, jamais conseguiria fazer algo assim!" Aí o cara fala: "Caro amigo, posso ser sincero? Na verdade, acredito que o guitarrista está desafinado!" E o amigo responde: "Ué, mas o guitarrista faltou!" E o cara emenda: "Pois quando ele chegar mande-o afinar a guitarra!"
Lamento, mas estou de saco cheio dessa sinceridade de porta de butequim aqui da rede. Como diria o Fernando Pessoa no Poema em Linha Reta, não conheço ninguém que tenha se ferrado. Não conheço um cara aqui que não tenha dado com os burros n'água. Todos são o máximo. Todos são perfeitos. Todos são intocáveis. Sinceramente? Tudo aqui é falso! Todos são mentirosos. Então vamos assumir que estamos mentindo e vamos em frente.
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