quinta-feira, 9 de julho de 2020

Vida e morte

Eu acho estranho essa relação das pessoas com a vida.

Desde criança a morte esteve perto de mim. Tão perto, que abraçar o “anjo da morte” (na filosofia Tolteca que ensino) não foi o mais difícil.


As pessoas se dizem apegadas à vida, mas tem medo de viver.


Falam que tem medo da morte, mas a cultuam de um tal modo que só a valorizam.


Os Toltecas nos mostram que o maior medo é realmente o medo de viver, não o de morrer.


As pessoas se vão e nós ficamos lamentando o que achamos que poderia ser feito depois. Deixamos para amanhã o que deveria ser feito hoje.


Nunca deixe de abraçar quem você quer abraçar, dizer que ama a quem você ama, porque no segundo seguinte, essa pessoa poderá não estar mais aqui.


Ninguém sabe a hora de cruzar o rio.
Ninguém sabe quanto tempo resta.
Não resta tempo nenhum.
Não temos tempo nenhum.


Só temos o *agora* e erroneamente achamos que ele vai se repetir amanhã, mas nada se repete. Os ciclos se sucedem, mas são apenas convenções para nos iludirmos de que há um “outra vez”. Não há “outra vez”, porque tudo é único, tudo é agora.


Se você não quer fazer agora, faça outra coisa, mas faça com consciência, sem pensar no que poderia estar fazendo de diferente, porque você não estará presente.


Esteja presente, sempre, no aqui e agora, porque é a única coisa que você tem, mas nunca é igual, a não ser o seu estado de presença.