quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

O que será do CD (mais uma vez)

Esse assunto parece inesgotável. As vezes acho que estou andando em círculos, mas como meus antepassados usavam essa forma de raciocínio (e se deram bem), não há mal em seguir assim.
Partindo de uma entrevista do Gilberto Gil de que a "Internet é didática", tiro por mim: os artistas já aprenderam (não sei o Gil).
Todo mundo está com trabalho em sites de downloads, porque o que mudou mesmo foi a forma de distribuir, não a forma de compor.
Eu ainda lanço o CD porque é assim que eu consigo chegar nos iTunes da vida e receber minha grana mensalmente.
Pra mim é muuuuito melhor do que a venda de CDs, mas (algum)as pessoas ainda gostam de ter alguma coisa nas mãos (sem maldade, por favor).
As gravadoras é que tem um problema. O problema é realmente delas.
Se em meados dos anos 80 eu e meu grupo sonhávamos em ter um contrato com uma delas, hoje (se estivéssemos juntos) com certeza teríamos lançado o CD, do mesmo modo que eu fiz, e ainda teríamos a vantagem dos shows, coisa que faz tempo eu não corro atrás.
Eles é que tem que aprender com a obsolência deles. Não foi a música ou nenhum artista que ficou obsoleto, foram eles e a máquina que eles montaram, que de repente veio por terra.
Outro dia estava lendo em uma revista da terra do Zeca e do Lanza que os jornais se sentem ameaçados pelo rádio. Um leitor dizia que não ia comprar o jornal pq tinha as informações e notícias que ele precisava no rádio. Quem pensou que justo o rádio é que iria ameaçar os jornais?
Insisto que estamos em um período de transição e que temos que olhar para o lado pra saber o que vai acontecer.
Os jovens baixam música pra seus iPods, mas muita gente ainda compra CD.
O que vai acontecer? Eu não sei, mas sei que estamos em um período de transição onde a indústria fonográfica que conhecíamos já era. O que virá a seguir ninguém sabe ao certo, depende de muitos fatores.
Lá em 1980 havia um aparelho maravilhoso que servia pra comunicação rápida e que só alguns iniciados, com curso de especialização sabiam operar. Hoje ninguém mais sequer lembra do Telex.
Ainda nos escritórios da épocahavia um setor, responsável por tudo o que saía escrito oficialmente de um departamento. Hoje um setor de datilografia é no mínimo anacrônico. Os datilógrafos viraram digitadores e concentrados em um único setor das empresas. Cada um que digite seu próprio documento em um processador de texto e use o email pra comunicação rápida ao invéz do Telex.
Nós do pequeno Universo progressivo não sabemos como os artistas lançaram seus albuns conceituais.
Eu não imagino como as orquestras vão lançar suas versões da 5ª Sinfonia.
Portanto, como diria o mestre Alfred. "Quem viver verá!".
[]s
Alex